Bate-boca por causa de viadutos no Cocó

Vereadores de Fortaleza entraram em rota de colisão, ontem, na Câmara Municipal, por conta da ação da Guarda Municipal na desocupação do Parque do Cocó, no último dia 8 de agosto. No local do confronto, a Prefeitura pretende construir dois viadutos entre as Avenidas Engenheiro Santana Junior e Antônio Sales. Tudo começou quando o peemedebista Carlos Mesquita (PMDB) solicitou um aparte ao líder do Governo, vereador Evaldo Lima (PCdoB), e criticou o vereador João Alfredo (PSOL).
Mesquita, inclusive, mandou João Alfredo “se lascar”, afirmando ainda que o parlamentar era “idiota”, “cretino” e “otário”, em razão das críticas proferidas à gestão Roberto Cláudio e a Câmara Municipal que, segundo ele, não são corretas aos vereadores. O parlamentar, apesar do ataque, defendeu-se afirmando não ter falado nada em defesa da obra no Parque do Cocó, contrariado com o termo “puxa-saco”, utilizado pelo socialista para criticar o silêncio do Poder Legislativo as agressões da Guarda Municipal aos manifestantes acampados no local.
Antes, ao ocupar a tribuna da Casa, João Alfredo criticou os parlamentares aliados que se pronunciaram a favor da ação da Guarda Municipal. “Em longos pronunciamentos, descumprindo inclusive o regimento interno, alguns parlamentares da base aliada criminalizaram os manifestantes que estão questionando a construção dos viadutos e justificaram as práticas de truculência dos guardas. Carlos Mesquita, por exemplo, colocou que para toda ação tem uma reação. A Guarda só reagiu; enquanto José do Carmo prestou ‘minha homenagem aos guardas municipais que estiveram na quinta-feira’ e declarou que ‘a ação da Guarda foi legítima e necessária’”, salientou o parlamentar, obtendo em seguida reação do peemedebista.
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João Alfredo criticou, ainda, as declarações do prefeito Roberto Cláudio sobre a desocupação. Segundo disse, existe um princípio constitucional, que é da publicidade, então “se faço um ato às escuras, pela madrugada, é porque estou escondendo alguma coisa ou me escondendo de alguém”, destacou o vereador, em referência a ação do Grupamento de Operações Especiais da Guarda Municipal.
Por outro lado, declarou profundo respeito pelos acampados do Cocó, alfinetando ainda mais a base governista. “Se alguém aqui se despisse dos preconceitos ou do puxa-saquismo que está no DNA, poderia ir ver quem está lá acampado”. E citando August Bebel, antigo parlamentar do Partido Comunista Alemão, João Alfredo concluiu: “No momento em que eu for elogiado por políticos da burguesia, eu, como velho Bebel, vou me perguntar: o que é que eu fiz de errado?”.
O presidente da sessão, vereador José do Carmo (PSL), primeiro vice-presidente da Mesa Diretora, ao final da discussão, solicitou que as agressões verbais fossem retiradas do anais da Casa.
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• Alguns parlamentares, como o vereador Acrísio Sena  (PT), tentaram acalmar o peemedebista Carlos Mesquita (PMDB), que, segundo informações, ficou transtornado com os comentários de João Alfredo (PSOL).
Laura Raquel

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