Quem
descobriu o envolvimento do bispo com agiotas foram os próprios
moradores de Crato, inquilinos há muitos anos de casas pertencentes
à Diocese. Chocados, eles foram ao cartório de Crato
onde constataram que as casas que ocupam foram vendidas pelo bispo
e, segundo se informaram, para agiotas, por preços irrisórios,
como pagamento de dívidas. Quem primeiro fez a denúncia
foi um dos inquilinos da Diocese há quase 40 anos, Carlos Pedro,
numa entrevista, no dia 14 de agosto, á Rádio Tempo
do Juazeiro, logo depois de o Juanorte ter anunciado, dia 11 de agosto:
“Bispo de Crato derrotado em ação por terreno
no Juazeiro”. |
BISPO DE CRATO DENUNCIADO
POR FORMAÇÃO DE QUADRILHA |
É
um escândalo atrás de outro. Agora,
complicou de vez: o bispo de Crato, Fernando Panico(foto),
está sendo denunciado no âmbito do
Ministério Público por formação
de quadrilha na Diocese e envolvimento com o submundo
do crime - agiotas. É acusado de estar dilapidando
o patrimônio religioso de Juazeiro do Norte
e Crato por ter transferido para agiotas, por preços
irrisórios, mais de 75 imóveis da
Diocese, como pagamento de dívidas. Pela
denúncia, nessas negociatas, o bispo envolveu
padres que ocupam postos importantes na Diocese,
caracterizando a formação de quadrilha.
Diante de tantos escândalos, só lhe
resta uma alternativa: renunciar e deixar o Cariri,
urgentemente..
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Durante
essa semana, o bispo Fernando Panico esteve desaparecido,
certamente constrangido depois do protesto do povo
de Crato, no sábado passado, chamando-o de
mentiroso e gritando “Fora Dom Panico”
. Não há informação oficial
da Diocese, cujos assessores estão fazendo
barreira de proteção. O site da Diocese
de Crato, que ficou fora do ar na primeira semana
de agosto por falta de pagamento, não tem nenhuma
novidade, sendo sua última notícia ainda
do dia 30 de julho sobre “Pastoral da Sobriedade”,
exatamente o que anda faltando muito na cúria
da Diocese. Mas consta que o bispo passou essa semana
em Fortaleza queixando-se ao arcebispo Antonio Tosi
de que está sendo ameaçado de morte
por agiotas do Cariri. Ora, se isso for verdade, o
bispo Fernando Panico entrou em estado de pânico
e está confessando o crime, pois se os agiotas
estão lhe fazendo ameaças é porque
ele não pagou dívidas feitas com os
agiotas. Mas seu sumiço não diminuiu
a tensão na Diocese. Na última quarta-feira(21),
o jornal Gazeta de Notícias, do Juazeiro do
Norte, trouxe esta informação:”O
Ministério Público acatou denúncia
de formação de quadrilha e agiotagem
na Diocese de Crato visto que os desmandos envolvem
os padres: Francisco Edmilson Necves Ferreira, cura
da Sé da Catedral de Crato; pároco da
igreja Nossa Senhora de Fátima, José
Vicente; ecônomo da Diocese de Crato, Joaquim
Ivo Alves dos Santos; e o diácono membro do
Conselho Econômico da Diocese, Vicente de Paulo,
todos obedientes ao bispo diocesano Fernando Panico”.
Agiotagem é crime pela Lei 1.521, de 16/12/1951
e a pena é detenção de seis meses
a dois anos..Quem descobriu o envolvimento do bispo
com agiotas foram os próprios moradores de
Crato, inquilinos há muitos anos de casas pertencentes
à Diocese. Chocados, eles foram ao cartório
de Crato onde constataram que as casas que ocupam
foram vendidas pelo bispo e, segundo se informaram,
para agiotas, por preços irrisórios,
como pagamento de dívidas. Quem primeiro fez
a denúncia foi um dos inquilinos da Diocese
há quase 40 anos, Carlos Pedro, numa entrevista,
no dia 14 de agosto, á Rádio Tempo do
Juazeiro, logo depois de o Juanorte
ter anunciado, no dia 11 de agosto: “Bispo de
Crato derrotado em ação por terreno
no Juazeiro” . Na entrevista à emissora
do Juazeiro, Carlos Pedro afirmou: “Nós
tomamos conhecimento que nossas casas estão
vendidas. Eu moro na Carolina Sucupira 551, há
37 anos, tem um vizinho meu que tem mais de 50 anos
de morada nessas casas. Fomos tomados de surpresa
com essa noticia. Então, orientados, fomos
ao Cartório Geraldo Lobo. Lá solicitamos
o que é de direito de qualquer cidadão,
a compra da casa em que moramos. Foi, então,
constatada realmente a venda... Nós temos direito
de compra, isso é uma lei sagrada, não
fomos participados em nada, foi tudo feito por baixo
dos panos, estourou essa bomba agora...”. A
lei a que se refere o denunciante é a Lei 8245/91
alterada pela Lei 12.112, de 2009: “Art. 27.
No caso de venda, promessa de venda, cessão
ou promessa de cessão de direitos ou dação
em pagamento, o locatário tem preferência
para adquirir o imóvel locado, em igualdade
de condições com terceiros, devendo
o locador dar - lhe conhecimento do negócio
mediante notificação judicial, extrajudicial
ou outro meio de ciência inequívoca.
Parágrafo único. A comunicação
deverá conter todas as condições
do negócio e, em especial, o preço,
a forma de pagamento, a existência de ônus
reais, bem como o local e horário em que pode
ser examinada a documentação pertinente”.
Segundo Carlos Pedro, dizem-lhe que “a Diocese
fez dívidas com agiotas e os agiotas pediram
como garantia essas casas e agora estão cobrando
as casas da Diocese”. Mais de 50 famílias
estão na mesma situação dele,
em desespero. O denunciante acrescenta um agravante:
“Casas que têm valor de cerca de R$300
mil reais estão sendo vendidas pela módica
quantia de R$50 ou R$ 60 mil”. Ele próprio
confessa a sua frustração por não
ter sido procurado para comprar a casa onde mora há
37 anos: “Várias vezes tentei comprá-la
inclusive não tem nem três ou quatro
meses que eu botei R$280 mil na casa. Mas elas já
estavam vendidas, já estavam vendidas. Quer
dizer, por isso não me venderam né?!
Fiz várias tentativas, não só
eu como todo mundo da Diocese, mas não nos
procuraram pra a gente comprar com direito real”.
Essa denúncia despertou muita atenção
no Juazeiro porque, consta que no ano passado o bispo
Fernando Panico vendeu vários imóveis
da Paróquia Nossa Senhora das Dores, padroeira
da cidade, e com “negociatas” semelhantes.
Dizem que imóvel no valor de R$ 500 mil na
Rua São Pedro chegou a ser vendido por R$ 80
mil. Mesmo assim, as “negociatas” teriam
chegado ao valor de R$ 1.5 milhão. Juazeiro
ficou sem saber as razões dessas vendas, mas,
depois desse escândalo em Crato, está
todo mundo convencido de que foram transferências
de bens para agiotas como pagamento de dívidas.
Entretanto, algumas perguntas ainda estão sem
respostas: Onde o bispo está aplicando todo
o dinheiro que há muito tempo leva do Juazeiro
doado pelos fiéis e romeiros às igrejas
Basílica de Nossa Senhora das Dores e de Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro? Será que
a indenização que o bispo queria de
R$ 18 milhões na ação que perdeu
na Justiça para o empresário Francisco
Pereira, na tentativa de se apossar de terreno no
Juazeiro que nunca pertenceu á Diocese de Crato,
era também para pagar agiotas? E o que fez
o bispo com tanto dinheiro que tomou emprestado aos
agiotas que estão cobrando as dívidas
e recebendo casas da Diocese como pagamento? Onde
foi aplicado esse dinheiro além de sua Hilux
de luxo? E agora está para surgir mais um complicador.
Se as 50 famílias de Crato prejudicadas resolverem
entrar coletivamente na Justiça, pedindo anulação
das vendas feitas pelo bispo Fernando Panico aos agiotas,
vai sobrar ainda mais para o bispo porque os agiotas
não brincam, seguem o código de ética
deles, vão aumentar suas pressões e
até ameaças morte ao bispo porque essa
é a lei que vale para os que se metem no submundo
do crime.
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