Médicos protestam contra estrangeiros
O grupo foi liderado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), que estimou haver cerca de cem médicos no protesto. Eles gritaram palavras de ordem em um alto falante, pediram a exigência da revalidação dos diplomas dos médicos estrangeiros e afirmaram não ter nada contra os cubanos.
Houve um princípio de confusão quando alguns integrantes do grupo tentaram entrar na Escola de Saúde Pública e seguranças fecharam as portas de acesso. “Fecharam as portas para os médicos do Brasil e abriram as portas para os médicos de Cuba”, afirmou José Maria Pontes, presidente do Sindicato dos Médicos. O protesto começou por volta das 18h, horário no qual teve início uma solenidade de acolhimento aos médicos estrangeiros que participam do curso em Fortaleza. São 96 estrangeiros, sendo 79 deles cubanos.
Falando ao portal de notícias G1, o secretário de Gestão Estratégica do Ministério da Saude, Odorico Monteiro, disse que os médicos cubanos e os de outros países que vierem trabalhar no Brasil, receberão um registro provisório do Conselho Regional de Medicina (CRM-CE). “Esses médicos trabalharão exclusivamente nas unidades de atenção básica de saúde. Isso significa que eles não vão poder realizar nenhum procedimento cirúrgico - mesmo que seja obstetrícia - aplicar anestesia nem dar plantão em qualquer unidade de saúde, seja pública ou privada”, declarou Odorico.
Curso
O curso de 21 dias para os médicos estrangeiros do Programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde, começou ontem. Durante 21 dias de curso, os profissionais estrangeiros ficarão informados sobre a saúde pública brasileira, especialmente sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), o perfil epidemiológico da população, e ainda sobre o Código de Ética, entre outros temas da rotina de trabalho dos sanitaristas. Após a conclusão do curso, com a participação de professores da Universidade Federal, os médicos irão para os seus destinos de trabalho nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão.
Programa
O Brasil tem recebido médicos estrangeiros em várias capitais desde a semana passada. Alguns são provenientes do programa Mais Médicos e outros com base num acordo firmado com o governo cubano, uma vez que algumas cidades não tiveram inscritos pelo programa federal.
Médicos brasileiros têm protestado contra as duas iniciativas alegando que eles deveriam passar pelo exame Revalida, usado por pessoas que se formam em medicina no exterior para validar o diploma. A importação de 4.000 médicos cubanos também é questionada pelo Ministério Público do Trabalho por questões trabalhistas e também por conselhos regionais de medicina.
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