Grosseria sindical no Ceará vai ao mundo. Mas nem todo cearense é estúpido e sindicalista

Cubanos são chamados de 'escravos' por médicos brasileiros no CE

AGUIRRE TALENTO
DE FORTALEZA
Médicos cubanos foram vaiados, hostilizados e chamados de "escravos" por médicos brasileiros que fizeram um protesto na saída do primeiro dia do curso para o programa Mais Médicos, do governo federal, em Fortaleza.
Liderado pelo Simec (Sindicato dos Médicos do Ceará), o grupo de brasileiros se reuniu a partir das 18h na saída da Escola de Saúde Pública com uma faixa exigindo a aplicação de prova para a revalidação de diploma dos estrangeiros.
Foi no mesmo horário marcado para uma solenidade de acolhimento dos médicos estrangeiros, com a presença de representantes do Ministério da Saúde. Havia no local 96 médicos estrangeiros, sendo 79 cubanos.
Houve um princípio de confusão quando os médicos brasileiros tentaram entrar no prédio da escola e seguranças trancaram a porta. Durante a solenidade dentro do auditório, era possível ouvir os gritos dos manifestantes, que cercaram todas as saídas do prédio.
"Fecharam as portas para os médicos do Brasil e abriram as portas para os médicos de Cuba", afirmou José Maria Pontes, presidente do Sindicato dos Médicos.
Quando a solenidade terminou, por volta das 20h, os manifestantes continuavam do lado de fora da escola e começaram a bater com força nas paredes de vidro do prédio, ameaçando quebrá-las. O grupo de médicos estrangeiros ficou preso dentro do prédio, sem poder sair para os alojamentos. O governo convocou reforço policial e carros da Polícia Militar chegaram ao prédio.
Os cubanos se mostravam assustados e ficaram parados próximo à porta, sem poder sair. Por fim, representantes do Ministério da Saúde resolveram sair do prédio e enfrentar os manifestantes, acompanhados pelos médicos estrangeiros.
A saída foi tensa. O grupo foi recebido com gritos de "revalida" e os cubanos foram chamados de "escravos". Os médicos gritavam ao pé do ouvido dos estrangeiros que saíam do prédio e exibiam semblante assustado.
Os ânimos se exaltaram quando o secretário de gestão estratégica e participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, que representava o ministro Alexandre Padilha, saiu do prédio. Foi recebido aos gritos de "traidor" e recebeu alguns leves tapas de alguns médicos, que o seguiram até ele entrar no carro que o tirou do local.
Havia também um pequeno grupo, de cerca de 20 pessoas, que se manifestava a favor de Cuba, com a bandeira do país. Eles criticavam os médicos brasileiros, chamando-os de mercenários.
MAIS MÉDICOS
O Brasil tem recebido médicos estrangeiros em várias capitais desde a semana passada. Alguns são provenientes do programa Mais Médicos e outros com base num acordo firmado com o governo cubano, uma vez que algumas cidades não tiveram inscritos pelo programa federal.
Médicos brasileiros têm protestado contra as duas iniciativas alegando que eles deveriam passar pelo exame Revalida, usado por pessoas que se formam em medicina no exterior para validar o diploma.
A importação de 4.000 médicos cubanos também é questionada pelo Ministério Público do Trabalho por questões trabalhistas e também por conselhos regionais de medicina.
Os profissionais cubanos não vão receber diretamente do governo brasileiro. O salário será repassado ao governo de Cuba, que distribuirá uma quantia aos médicos.

Um comentário:

  1. A pessoa pobre do interior não quer saber que idioma o médico fala. Nem quanto ele ganha. Nem se o governo do país dele fica com a maior parte do valor que o governo brasileiro paga.
    Ela quer saber é se tem um doutor que lhe ouça sobre suas dores ou desconfortos. E receite um remédio. Isso é o básico.
    Então, em primeiro lugar, é preciso ter médicos.
    Se a "infraestrutura" é precária, há necessidade de investir nela. É urgência inadiável. Mas... antes, é preciso ter médicos. Até para fazerem um diagnóstico mais preciso da situação dos hospitais e postos de saúde, apontando a terapêutica indicada a fim de resolver os principais problemas da área.

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