A maioria da população brasileira considera o Ministério Público
Federal (MPF) importante para a sociedade. A afirmação é parte da
"Pesquisa de Opinião sobre a Imagem do MPF", divulgada nesta
quinta-feira, 8 de agosto, durante o 1º Congresso Pensar MPF, em
Brasília. A pesquisa foi realizada entre fevereiro e julho de 2013 pelo
Núcleo de Pesquisas da Universidade Federal Fluminense (DataUFF) e foram
ouvidas 5.063 pessoas acima de 16 anos.
O diagnóstico revelou a confiança da população na instituição,
embora uma grande porcentagem tenha afirmado não conhecer de forma
precisa a atuação do MPF. "Claro que a parte que acham que o MPF tem
feito trabalho fundamental no combate à corrupção é algo que nos deixa
satisfeitos, mas aumenta a responsabilidade de continuar correspondendo a
essa expectativa. Com relação à parte que afirma não conhecer a atuação
do MPF mostra a necessidade de cada vez mais nos aproximarmos da
sociedade, da comunidade, no sentido de mostrar quais são as atribuições
do Ministério Público e aquilo que o Ministério Público pode fazer pela
sociedade e pelo cidadão", disse o procurador-geral da República,
Roberto Gurgel.
O levantamento servirá como base para a elaboração de novas
estratégias de divulgação da atuação do MPF e melhorá-la. A visão
estratégica do Ministério Público Federal é, até 2020, ser reconhecido
nacional e internacionalmente pela excelência na promoção da Justiça, da
cidadania e no combate à corrupção.
Para a pesquisadora Maria Tereza Sadek, o Ministério Público tem
feito uma grande diferença. "Uma diferença que faz como que, apesar de
tudo, esse país hoje é melhor do que aquele de antes da Constituição de
1988", afirmou. De acordo com Sadek, o Ministério Público é protagonista
da ideia de representação na sociedade que busca construir uma
democracia de direitos, onde prevaleçam as questões de igualdade. "Na
sociedade brasileira, o fator que mais corrói, minimiza a potencialidade
de crescimento e consolidação democrática é a corrupção. Quanto mais a
corrupção é combatida, dificultada, mais probabilidade temos de crescer
em legitimidade e , por tanto, em representação do Ministério Público",
argumentou a pesquisadora.
Aprovação - A pesquisa revelou que o índice de aprovação do MPF
pelos entrevistados é de 67%, sendo 16,8% de desaprovação e 16,2% não
responderam ou não sabem. Segundo a pesquisa, 88,2% dos entrevistados
estão satisfeitos com a atuação do MPF. Desse total, 66,4% concorda que a
atuação deve ser ampliada e 21,8% deve ser mantida.
O diagnóstico revelou que ainda é grande a confusão que se faz
entre a atuação da Polícia Federal, do Ministério Público Estadual e do
Ministério Público Federal. Segundo o DataUFF, "ainda que uma
porcentagem dos entrevistados não conheça exatamente a forma de atuação
do Ministério Público Federal e quais as suas principais funções e áreas
de competência, todas as respostas foram dadas sem hesitar, mostrando
que, independente de qualquer outro problema, entendem que a sua
existência é uma garantia necessária ao Estado Democrático."
Combate à corrupção - As cinco esferas de atuação que os
entrevistados consideraram ser prioridade para o MPF foram: combate à
corrupção; defesa da infância, juventude idosos e pessoas com
deficiência; combate ao crime em geral; defesa das leis brasileiras e
combate ao trabalho infantil.
O combate à corrupção foi percebido como o principal enfrentamento a
ser feito pelo MPF. O tema foi citado por 70,7% dos entrevistados. Há
clareza de que o MPF deve atuar na área criminal e 80,4% dos
entrevistados são favoráveis à atuação nessa área.
Mais divulgação - Para 79,5% dos entrevistados é fundamental e de
extrema importância que a divulgação do trabalho do MPF aconteça e
alcance a maior parte da população possível. De acordo com os
entrevistados, é relevante que o MPF torne suas investigações em curso
sejam de domínio público, principalmente as que estão sendo finalizadas.
Outro ponto importante como meio de divulgação é a atuação junto às
esferas educacionais como palestras e debates com membros do MPF, além
da inclusão de determinados temas na grade curricular do ensino.
Além da divulgação dos processos em andamento, o DataUFF considerou
relevante a divulgação do resultado dos processos, pois a grande mídia
só dá publicidade quando os processos são instaurados e não os
resultados.
Metodologia - A pesquisa foi realizada em três etapas: fase
preliminar, pesquisa qualitativa (fase 2) e pesquisa quantitativa
domiciliar (fase 3). A fase preliminar consistiu na busca de dados de
pesquisas e estudos sobre o MPF realizados anteriormente. Foram
selecionados apenas os documentos produzidos a partir de 1990.
A pesquisa qualitativa foi realizada com 21 grupos focais formados
nas cidades de: Belém (PA), São Paulo (SP), Goiânia (GO), Salvador (BA),
Curitiba (PR), Palmeiras das Missões (RS) e Balsas (MA). Os grupos
foram formados por operadores do direito, donas de casa e chefes de
domicílio, pessoas de nível básico e médio. No total, foram apresentados
sete blocos de perguntas para os grupos focais: apresentação,
conhecimento do MPF, percepção da atuação dos profissionais do MPF,
imagem do MPF, confiança institucional, denúncias e conhecimento das
principais instancias do governo que garantem direitos.
Na pesquisa quantitativa foram aplicados 5.063 questionários com
pessoas em idade acima de 16 anos, moradoras de 126 municípios
distribuídos em todo o território nacional.
Pensar MPF - O 1º Congresso Pensar MPF termina nesta sexta-feira, 9
de agosto. No primeiro dia de evento, abriram as palestras o ministro
do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence e a professora da
Universidade de São Paulo Maria Tereza Sadek.
Secretaria de Comunicação Social
Procuradoria Geral da República
(61) 3105-6404/6408
Ministério Público Federal no Ceará
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