Após ato de médicos no CE, sindicato se diz contra hostilidade
Selecionados pelo programa Mais Médicos, 96 profissionais com formação no exterior foram hostilizados na noite desta segunda-feira (26), em Fortaleza, por um grupo de médicos cearenses. O incidente ocorreu quando os estrangeiros saíam da aula inaugural do treinamento a que se submetem na capital. Cerca de 100 médicos brasileiros participaram do protesto e hostilizaram os estrangeiros - entre eles 70 cubanos - gritando palavras de ordem como "Revalida". De acordo com a assessoria de imprensa do Sindicato dos Médicos do Ceará, que organizou o protesto, os manifestantes foram orientados a não hostilizar os colegas estrangeiros, pois eles não têm culpa de terem vindo para o Brasil sem fazer o exame de revalidação do diploma.
O sindicato também reiterou que não é contra a vinda dos médicos, mas sim que eles não sejam submetidos ao exame de revalidação do diploma. "Não aceitamos que eles apenas passem por avaliação de português e Sistema Único de Saúde", reclamou o presidente do Sindicato, José Maria Pontes.
No protesto os médicos estrangeiros foram xingados de escravos pelos colegas cearenses. Houve princípio de tumulto, mas os estrangeiros não revidaram. Apenas passaram constrangidos pelo corredor, na saída da Escola de Saúde Pública do Ceará, com destino ao 23º Batalhão de Caçadores do Exército, onde estão hospedados.
Os médicos estrangeiros ainda ficaram 40 minutos após a aula inaugural estudando uma alternativa para evitar o corredor armado pelos cearenses. Mas não havia outra saída e todos foram submetidos aos gritos dos manifestantes. A polícia acompanhou o protesto de perto, mas não interveio.
A assessoria de imprensa do sindicato informou ainda que os médicos se reunirão em uma assembleia na quarta-feira (28) às 19h para discutir as ações do governo e debater o início de greve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário