Uma história de oitentanos


Casa do Estudante comemora 79 anos
NATALÍCIO BARROSO
da Redação
Comemorando 79 anos neste mês de agosto, a Casa do Estudante, em Fortaleza, foi inaugurada em 1934. Desde então recebe estudantes de todo o Brasil. Não só do interior do Ceará. Aqueles que quiserem ter direito a ela, no entanto, terão primeiro que se candidatar para, depois, ser aceito ou não. Uma das exigências feitas é a de que o proponente seja secundarista ou pré-universitário e não tenha condições de pagar hospedagem em Fortaleza.
Morador há quatro anos, Danuso Vieira, natural de Lavras da Mangabeira, informa que a casa comporta 160 pessoas. No momento, porém, está com 97. Alguns apartamentos, que não medem mais de 10 passos de fundo por 5 de largura, recebem até três pessoas. Boa parte deles, no entanto, possui apenas um morador. Dentro dos apartamentos, os estudantes apertam-se em meio a uma cama encimada por algumas redes, mesa, ventiladores, geladeiras (quando têm) e um fogão de pequenas dimensões. No apartamento da estudante do Colégio Darwin, Lara Sousa, natural de Quixeramobim, faltavam telhas no teto. Resultado: a estudante tem que sair do quarto sempre que chove, para não tomar banho.
A entrada do edifício pela Rua Nogueira Acioly impressiona. Para quem vê o prédio de fora, pode até imaginar que está bem conservado. Mas não está. Basta passar a portaria, entrar no refeitório logo adiante e dobrar à direita, onde fica a quadra de esportes, para ver a situação. Dividido em dois pavimentos, o térreo e o primeiro andar, o prédio, se está bem pintado do lado de fora, precisa de uma pintura urgente no interior. Do lado esquerdo, onde fica a caixa d’água, a coisa complica-se. Informa Danuso Vieira que a caixa dágua está para cair. Segundo laudo emitido por uma empresa em dezembro do ano passado, a caixa dágua pode cair a qualquer momento. Como a Casa do Estudante depende da verba de 20% que é retirada da carteira de estudantes emitida todo ano pela Prefeitura de Fortaleza, não dá para fazer a reforma. Assim, estão sujeitos a uma calamidade com data quase marcada.
A bandeira
A luta que os estudantes travam no momento, porém, é pela recuperação da casa em sua totalidade. Além disso, eles enfrentam outras dificuldades como, por exemplo, o pagamento das despesas correntes. Quando conseguem pagar as despesas normais da casa, que consistem em água, luz e as cozinheiras do restaurante, com os 20% que recebem das carteirinhas de estudante, tudo bem. Mas, quando o dinheiro acaba, ou atrasa, o sofrimento é grande. Felizmente, para eles, este segundo semestre de 2013 está até razoável. O primeiro semestre, no entanto, foi medonho. Como não tinham recebido a verba da Prefeitura, tiveram que penar um bocado para se alimentar. Boa parte dos inquilinos, quando têm amigos em Fortaleza, recorrem a eles. Aqueles que não têm a quem recorrer, muitas vezes desistem de estudar e vão embora.
A única saída, portanto, é recorrer para os amigos da Casa. Aqueles que ajudam os estudantes de alguma maneira. Pessoas que doam livros, objetos e até uma assinatura de TV a cabo, como é o caso do momento. Neste momento a grande esperança é o senador Inácio Arruda (PCdoB), que prometeu uma emenda de R$ 500 mil reais para a entidade. Segundo a assessoria do senador, a emenda será encaminhada agora, neste segundo semestre, para ser recebida no ano que vem.

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