Durante a primeira
etapa da CPI da Telefonia Móvel foram ouvidas a Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) e as operadoras TIM, OI, Claro e Vivo,
todas em duas oportunidades, além de uma reunião com professores
especialistas em telecomunicações da Universidade Federal do Ceará
(UFC), que deram importantes subsídios para que os parlamentares
pudessem questionar à miúde as operadoras.
Nas primeiras reuniões
constatou-se, por exemplo, que foram registradas 1,4 milhão de
reclamações contra as operadoras nos últimos anos. “Este é um
número bastante significativo se levarmos em conta que nem todo
mundo liga para reclamar”, disse o presidente da CPI, deputado
Welington Landim. Em 2012 a telefonia móvel ficou em primeiro lugar
em reclamações nos Decons e Procons do Brasil. Foi revelado,
também, que o usuário mais insatisfeito do Brasil no telefone móvel
pós-pago é o cearense, segundo a Anatel.
Welington Landim cita,
ainda, que o número de linhas aumentou sem o correto crescimento da
prestação de serviço de qualidade: “Aqui no Ceará, em
particular, o crescimento da telefonia móvel, principalmente o
pré-pago, tem sido muito rápido. Vejam que seis anos atrás
tínhamos 3 milhões e 300 mil linhas; hoje temos 10 milhões e 900
mil linhas para sete milhões e meio de habitantes”, comparou.
Outro dado importante
constatado pela CPI é de que, em termos de Brasil, as operadoras
tiveram um lucro líquido de 237% de 2011 para 2012. De 54 bilhões
de reais para 182 bilhões de reais: “E os investimentos? Os
Estados Unidos investem, em média, 15% da receita anual; os países
da Europa em torno de 20%; e no Brasil os investimentos ficam entre 9
e 11 por cento”, lembrou o presidente da Comissão.
Outro dado interessante
constatado pela CPI: no Japão há, em média, 400 linhas para cada
antena; são 460 na Espanha; mil nos Estados Unidos e aqui no Brasil
são 4.600 linhas para uma antena. Para ilustrar um pouco mais esta
informação, descobriu-se que o Ceará é o sexto pior Estado do
pais na concentração de linhas por antena. Lembrem-se que a média
brasileira é de 4.600 linhas por antena e no Ceará são 5.665
linhas por antena.
Ainda em relação às
antenas, vale destacar que o Brasil tem 55 mil antenas em oito
milhões e meio de quilômetros quadrados de território; a Itália
também tem 55 mil antenas, mas em apenas 301 mil quilômetros
quadrados; enquanto que os Estados Unidos possuem 275 mil antenas –
cinco vezes mais – para nove mil e 800 quilômetros de metros
quadrados. Outro dado interessante: a média mundial de impostos na
telefonia é de 20 por cento; nos Estados Unidos são cobrados apenas
10%; e no Brasil paga-se nada mais, nada menos, do que 47% de
impostos, de acordo com dados colhidos até agora pela CPI.
Agora, com o término
do recesso parlamentar, os membros da CPI da Telefonia Móvel no
Ceará, vão-se reunir para elaborar um agenda propositiva a ser
desenvolvida neste primeiro semestre de 2014. Fazem parte da
Comissão, além do presidente Welington Landim, o vice-presidente
Professor Pinheiro, o relator Fernando Hugo e os seguintes membros
Mirian Sobreira, Delegado Cavalcante, Idemar Citó, Danniel Oliveira,
Osmar Baquit e Lula Morais.
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