“As
pessoas sabem e acompanham a vida de cada parlamentar. A população sabe
da importância do trabalho que o governador [Cid Gomes] vem
desenvolvendo no Ceará”. Com essa disposição, o presidente da Assembleia
Legislativa, deputado José Albuquerque (Pros), traça um cenário
positivo para 2014, apesar de as mobilizações sociais já estarem
programadas para invadir novamente as ruas no próximo ano. Potencial
candidato para a disputa pela sucessão de Cid Gomes, ele disse acreditar
que os protestos não terão influência significativa nas eleições de
2014.
No
auge das manifestações, a Assembleia Legislativa chegou a promover
reuniões com alguns participantes dos protestos no Ceará. No entanto,
com o fim das manifestações pelo País, sobretudo em Fortaleza, o
sentimento de urgência diminuiu para alguns parlamentares. O tema até
permeou discursos ao longo do ano, apesar da pouca resolutividade
prática. Recentemente, a Casa foi pega de surpresa com a invasão do
plenário por um grupo de professores e servidores das universidades
estaduais em greve. E, novamente, não se furtou ao diálogo. Na avaliação
do parlamentar, os resultados foram obtidos de forma “desafiadora”.
José
Albuquerque ressalta algumas ações da Casa para acompanhar os protestos
das ruas, com a abertura de diálogo, mas deixa claro que as negociações
só acontecerão “desde que não haja reações violentas”. De acordo com o
deputado, os movimentos pacíficos são importantes para construção da
democracia, mas atos de violência devem ser reprovados. “Apenas, fico
contrariado e não aprovo a maneira como uma minoria se utiliza destes
protestos para depredar o patrimônio público. Às vezes, partidos
infiltram pessoas para desqualificar estas manifestações. Aqui, na AL,
manteremos a postura de dialogar”, disse.
Sem
citar exemplos, José Albuquerque diz que, de julho para cá, alguns
avanços já foram conquistados. Contudo, admitiu que o Poder Público
ainda precisa evoluir e, portanto, preencher algumas lacunas sociais.
“Precisamos avançar mais, apesar de já termos avançado muito”, disse,
acrescentando que algumas reformas, dentre elas a política, precisam ser
discutidas pelos congressistas.
CANDIDATO
Sobre
o cenário para 2014, José Albuquerque foi moderado e repetiu como uma
espécie de mantra que “eleição só se discute em 2014”. Ou seja, até lá,
tudo será especulação. Albuquerque disse considerar a defesa do PMDB
pela candidatura do senador Eunício Oliveira, à sucessão estadual, como
“natural”, para dizer que o Pros compreende a decisão dos partidos
aliados, caso alguns deles desejem lançar candidato próprio.
Segundo
reafirmou, qualquer definição de seu partido só sairá a partir de março
do ano que vem. Segundo ressaltou, neste momento, o governador Cid
Gomes precisa estar focado na agenda administrativa, uma vez que caminha
para seu último ano à frente do governo do Estado e muitos objetivos
ainda precisam ser concluídos. Além de uma série de obras em curso no
estado, a exemplo das ações de mobilidade urbana, o governador pretende
entregar, até o fim de 2014, o Cinturão das Águas – projeto que, segundo
ele, garantirá segurança hídrica ao interior do Ceará.
na disputa
Além
de José Albuquerque, outros filiados ao Pros também são citados como
potenciais candidatos para a disputa ao governo do Ceará nas eleições de
2014. É o caso do deputado estadual Mauro Filho; do ex-ministro dos
Portos, Leônidas Cristino; do vice-governador do Ceará, Domingos Filho; e
da secretária de Educação, Izolda Cela. Já entre os aliados de Cid
Gomes, que integram outras legendas, o nome mais cotado é o do senador
Eunício Oliveira, do PMDB.
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