Falta dólar e euro em 5 capitais por causa do aumento do IOF no cartão
Sophia Camargo
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Já está faltando dólar e euro em espécie em casas de câmbio de Goiânia,
Manaus, Porto Alegre, Recife e Vitória, afirma o presidente da
Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio (Abracam) Tulio Ferreira
dos Santos Junior. Cidades menores, como Joinville, em Santa Catarina,
também relataram problemas, diz o presidente.
O aumento da procura da moeda em papel ocorre desde dezembro, quando foi anunciada pelo governo a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 0,38% para 6,38% sobre os cartões pré-pagos utilizados para compras e saques no exterior. "Se continuar essa demanda, é bem possível que falte moeda também nos grandes centros como São Paulo e Rio", diz.
O diretor da corretora Cotação, Alexandre Fialho, diz que, antes da medida do governo, as vendas do cartão pré-pago e dinheiro se equivaliam, sendo metade para cada um. Com o aumento do IOF, a procura por cartão pré-pago caiu cerca de 40%. "Agora, as transações em dinheiro respondem por 70% dos negócios", diz.
Fialho diz que não houve falta de moeda nas unidades da Cotação, mas isso ocorreu porque assim que souberam da medida do governo transferiram mais moeda para as unidades e ampliaram o serviço de entrega de dinheiro. "Se não tivéssemos feito isso, com certeza iria faltar moeda."
O Daycoval Câmbio relata que não teve nenhum problema de desabastecimento de moeda estrangeira porque "trabalha com um bom estoque de moedas". "A procura aumentou bastante mas já estava dentro das previsões", informa Eduardo Campos, gestor da empresa.
Para o presidente da Abracam, a falta do papel-moeda se agrava pela logística ruim para entrega de dinheiro no país.
"Uma regra da aviação proíbe que se leve dinheiro nos voos comerciais, mas apenas em voos cargueiros. Como a importação do papel chega a São Paulo, é mais fácil abastecer essa praça. Se a procura em São Paulo aumenta, falta dinheiro para suprir as lojas do interior. Geralmente são o Norte e o Nordeste que sofrem mais."
Segundo Santos Junior, que também é dono da B&T Corretora de Câmbio, a procura pelos cartões pré-pagos caiu drasticamente em janeiro.
"Até dezembro, esse segmento representava cerca de 30% dos negócios das corretoras, e agora caiu para cerca de 6%. Só na minha corretora o cartão pré-pago representa agora cerca de 4% das vendas."
"Apesar de o cartão pré-pago ser mais vantajoso para o consumidor, o imposto tornou esse seguro muito alto", diz Santos Junior. "Esse mês de janeiro foi muito ruim para as corretoras, é um prejuízo muito grande", diz.
Numa tentativa de segurar as vendas pelo cartão pré-pago, as corretoras estão oferecendo descontos para carregar dinheiro no plástico. "Vendemos o dólar no cartão 1% mais barato do que no papel-moeda", diz Fialho, da Cotação. Antes da elevação do IOF, o desconto era de 0,5%.
Fialho afirma que, para alguns segmentos, o aumento do IOF não fará com que os compradores deixem de utilizar o cartão pré-pago. "Empresas que precisam controlar seus gastos e pais que vão mandar filhos em intercâmbio provavelmente vão continuar a usar", afirma. "Não é o fim da vida do cartão, mas certamente estamos no fundo do poço."
O aumento da procura da moeda em papel ocorre desde dezembro, quando foi anunciada pelo governo a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 0,38% para 6,38% sobre os cartões pré-pagos utilizados para compras e saques no exterior. "Se continuar essa demanda, é bem possível que falte moeda também nos grandes centros como São Paulo e Rio", diz.
O diretor da corretora Cotação, Alexandre Fialho, diz que, antes da medida do governo, as vendas do cartão pré-pago e dinheiro se equivaliam, sendo metade para cada um. Com o aumento do IOF, a procura por cartão pré-pago caiu cerca de 40%. "Agora, as transações em dinheiro respondem por 70% dos negócios", diz.
Fialho diz que não houve falta de moeda nas unidades da Cotação, mas isso ocorreu porque assim que souberam da medida do governo transferiram mais moeda para as unidades e ampliaram o serviço de entrega de dinheiro. "Se não tivéssemos feito isso, com certeza iria faltar moeda."
O Daycoval Câmbio relata que não teve nenhum problema de desabastecimento de moeda estrangeira porque "trabalha com um bom estoque de moedas". "A procura aumentou bastante mas já estava dentro das previsões", informa Eduardo Campos, gestor da empresa.
Para o presidente da Abracam, a falta do papel-moeda se agrava pela logística ruim para entrega de dinheiro no país.
"Uma regra da aviação proíbe que se leve dinheiro nos voos comerciais, mas apenas em voos cargueiros. Como a importação do papel chega a São Paulo, é mais fácil abastecer essa praça. Se a procura em São Paulo aumenta, falta dinheiro para suprir as lojas do interior. Geralmente são o Norte e o Nordeste que sofrem mais."
Segundo Santos Junior, que também é dono da B&T Corretora de Câmbio, a procura pelos cartões pré-pagos caiu drasticamente em janeiro.
"Até dezembro, esse segmento representava cerca de 30% dos negócios das corretoras, e agora caiu para cerca de 6%. Só na minha corretora o cartão pré-pago representa agora cerca de 4% das vendas."
"Apesar de o cartão pré-pago ser mais vantajoso para o consumidor, o imposto tornou esse seguro muito alto", diz Santos Junior. "Esse mês de janeiro foi muito ruim para as corretoras, é um prejuízo muito grande", diz.
Numa tentativa de segurar as vendas pelo cartão pré-pago, as corretoras estão oferecendo descontos para carregar dinheiro no plástico. "Vendemos o dólar no cartão 1% mais barato do que no papel-moeda", diz Fialho, da Cotação. Antes da elevação do IOF, o desconto era de 0,5%.
Fialho afirma que, para alguns segmentos, o aumento do IOF não fará com que os compradores deixem de utilizar o cartão pré-pago. "Empresas que precisam controlar seus gastos e pais que vão mandar filhos em intercâmbio provavelmente vão continuar a usar", afirma. "Não é o fim da vida do cartão, mas certamente estamos no fundo do poço."
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