Maurício Terra Dias
O jantar da presidenta
Não resta dúvida a respeito do fato de que a
presidenta janta onde quiser, a qualquer momento, especialmente quando
tem oportunidades únicas de visitar restaurantes inacessíveis não
somente à imensa maioria da população brasileira, como também
inacessíveis a ela devido ao fato de que mora no Brasil e o restaurante
em questão fica em Portugal. Se ela está nas redondezas, é mais que
justo que aproveite a oportunidade e deguste alguma iguaria daquelas que
se desfruta em ocasiões especialíssimas.
A frase que ela despejou com a habitual falta de delicadeza sobre os jornalistas: “Não há a menor condição de eu usar o cartão corporativo e misturar o que é consumo privado e público”, não significa muita coisa, considerando que nós somos obrigados a acreditar na palavra não somente dela, presidenta, mas também daqueles que portam cartão corporativo secreto, e que nem sabemos quem são. Apesar da rispidez conhecida com que trata qualquer subalterno, ela tem mesmo tanta convicção de que nenhum dos seus acompanhantes puxou lá do fundo da carteira um cartão corporativo para suportar a despesa, qualquer que tenha sido ela? Já foram flagrados gastos oficiais com tapioca e motel, sem que os superiores dos gastadores tivessem qualquer conhecimento. Ao contrário do ex vice-presidente Marco Maciel, que aparentemente sobrevive alimentando-se por fotossíntese, e castiga seus acompanhantes obrigando-os a uma dieta semelhante, a presidenta Dilma Roussef gosta de fazer-se acompanhar em restaurantes onde alguns dos convidados precisam deixar parte substancial do seu salário na hora de pagar a conta. Quando a chefa decide mandar parar o carro para visitar um restaurante caríssimo, os acompanhantes têm a opção de traçar um PF em algum botequim dos arredores, ou são obrigados a escolher entre acompanhar a presidenta na sua esbórnia eventual ou passar fome?
A presidenta deve desculpar a população, se essa não acreditar completamente na palavra de uma profissional da política. Estamos habituados a reputar declarações de políticos com a mesma qualificação que atribuímos a propaganda de automóveis, ou seja, é preciso ver mais de perto para tirarmos alguma conclusão quanto ao que é anunciado. Considerando que nós nunca veremos um extrato de todos os cartões corporativos utilizados pelo gabinete da presidência (nem nós nem ninguém do MPF ou da própria Justiça !), a afirmativa da presidenta tem a credibilidade de um discurso para vereador. Até tem gente que acredita um pouco, mas em geral não vale muita coisa.
No final das contas, uma vez que ela e a comitiva já se encontravam no local, não é da nossa conta se comeram bacalhau com molho de caviar com ouro. Só seria um pouco mais cortês com o povo brasileiro se a conta com um recibo em nome de pessoa física fosse apresentada para alguma agência encarregada de fiscalizar a condução de assuntos relativos à ética na presidência.
A frase que ela despejou com a habitual falta de delicadeza sobre os jornalistas: “Não há a menor condição de eu usar o cartão corporativo e misturar o que é consumo privado e público”, não significa muita coisa, considerando que nós somos obrigados a acreditar na palavra não somente dela, presidenta, mas também daqueles que portam cartão corporativo secreto, e que nem sabemos quem são. Apesar da rispidez conhecida com que trata qualquer subalterno, ela tem mesmo tanta convicção de que nenhum dos seus acompanhantes puxou lá do fundo da carteira um cartão corporativo para suportar a despesa, qualquer que tenha sido ela? Já foram flagrados gastos oficiais com tapioca e motel, sem que os superiores dos gastadores tivessem qualquer conhecimento. Ao contrário do ex vice-presidente Marco Maciel, que aparentemente sobrevive alimentando-se por fotossíntese, e castiga seus acompanhantes obrigando-os a uma dieta semelhante, a presidenta Dilma Roussef gosta de fazer-se acompanhar em restaurantes onde alguns dos convidados precisam deixar parte substancial do seu salário na hora de pagar a conta. Quando a chefa decide mandar parar o carro para visitar um restaurante caríssimo, os acompanhantes têm a opção de traçar um PF em algum botequim dos arredores, ou são obrigados a escolher entre acompanhar a presidenta na sua esbórnia eventual ou passar fome?
A presidenta deve desculpar a população, se essa não acreditar completamente na palavra de uma profissional da política. Estamos habituados a reputar declarações de políticos com a mesma qualificação que atribuímos a propaganda de automóveis, ou seja, é preciso ver mais de perto para tirarmos alguma conclusão quanto ao que é anunciado. Considerando que nós nunca veremos um extrato de todos os cartões corporativos utilizados pelo gabinete da presidência (nem nós nem ninguém do MPF ou da própria Justiça !), a afirmativa da presidenta tem a credibilidade de um discurso para vereador. Até tem gente que acredita um pouco, mas em geral não vale muita coisa.
No final das contas, uma vez que ela e a comitiva já se encontravam no local, não é da nossa conta se comeram bacalhau com molho de caviar com ouro. Só seria um pouco mais cortês com o povo brasileiro se a conta com um recibo em nome de pessoa física fosse apresentada para alguma agência encarregada de fiscalizar a condução de assuntos relativos à ética na presidência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário