Suspeito reconheceu homem que acendeu bomba, diz delegado do Rio
Gustavo Maia*
Do UOL, no Rio
Do UOL, no Rio
- Agência O GloboCinegrafista da Band é ferido por explosivo na cabeça, durante ato na Central do Brasil, no centro do Rio
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Ele disse que pedirá a prisão temporária do suspeito ainda hoje, mas afirmou que não divulgaria o nome dele até que o judiciário se manisfestasse sobre o pedido.
"Vamos esperar a manifestação do Judiciário, até em respeito a esse poder. Vamos ter essa cautela", afirmou o delegado. "Também é do nosso interesse divulgar o nome e a foto dessa pessoa, para que, caso não consigamos identificá-lo, possamos receber informações sobre o seu paradeiro", completou.
De acordo com o delegado, o setor de inteligência da Polícia Civil já havia chegado à identidade do homem que acendeu o rojão. "O nome que o advogado [Jonas Tadeu Nunes, que defende o tatuador Fábio Raposo, preso neste domingo] trouxe hoje apenas reforçou nossa suspeita. Faltava o reconhecimento. Agora temos convicção", declarou Maurício. Ele informou ainda que já têm o endereço da pessoa.
Com a confirmação da morte de Santiago, os dois acusados foram indiciados por homicídio doloso qualificado pelo uso de artefato explosivo e crime de explosão, crimes com penas previstas de até 35 anos de reclusão.
"Houve intenção de matar ou ferir. Foi um homicídio intencional. Ele [o que acendeu] queria atingir policiais", relatou o delegado, descartando que o alvo teria sido o cinegrafista. "O que a gente vê pelas imagens é que não foi um atentado à liberdade de imprensa", disse.
10.fev.2014
- Imagens postadas por amigos nas redes sociais mostram o cinegrafista
da "TV Bandeirantes" Santiago Ilídio Andrade, 49, trabalhando. Santiago
teve morte cerebral diagnosticada na manhã desta segunda-feira (10). Ele
foi atingido na cabeça quando registrava o protesto, na quinta-feira
(6) Leia mais Reprodução/Facebook
Também segundo o delegado, dentro do presídio, Fábio afirmou que conhecia o outro manifestante "de outros protestos" e que ele tinha perfil violento.
"Ele contou que este elemento tinha a função de entrar nas brigas, até mesmo pelo porte físico", contou Maurício Luciano.
Conforme informou o delegado, o homem que não teve a identidade divulgada tem uma passagem pela polícia como vítima em uma manifestação, no ano passado, e outra de crime de menor potencial ofensivo, sobre os quais ele não soube dar detalhes.
Delação premiada
Sobre a possibilidade de Fábio Raposo ser beneficiado com atenuamento de pena por conta da chamada "delação premiada", o delegado afirmou que é a Justiça que tem que apreciar esta possibilidade."Ele continua indiciado e vai responder pelo crime. Através do seu advogado, ele levará esta contribuição ao Judiciário. Se ele for beneficiado, o que muda é a dosimetria da pena, que pode ser menor", declarou.
PRINCIPAL SUSPEITO
-
Imagens da "TV Brasil" mostram um homem de camisa cinza e calça jeans
correndo pela Central do Brasil. Para a Polícia Civil, ele foi o
responsável por acender o rojão
Em nota divulgada à noite, a Polícia Civil informou que "vem trabalhando incansavelmente nas investigações sobre a morte do cinegrafista".
"Um dos envolvidos na ação, que resultou no crime, foi preso no domingo e indiciado por tentativa de homicídio e crime de explosão. O outro homem, que teria acendido e arremessado o artefato, já foi identificado e qualificado pela Polícia Civil, que já está representando pela prisão dele na Justiça."
* Com Estadão Conteúdo
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