Sejus é atacada e quatro ônibus são incendiados
Durante a madrugada de ontem, a Polícia prendeu Sergiano Gomes Mias, 23, e Francisco Yuri Teixeira Pinto, 18, suspeitos de participarem da ação no Siqueira. Eles foram autuados em flagrante no 12º Distrito Policial (Conjunto Ceará) e encaminhados para a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF). Em um dos carros utilizados pelos suspeitos, foram apreendidas três garrafas com gasolina, três caixas de fósforo e duas pedras.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), por meio da Polícia Civil do Ceará, informou que as investigações referentes aos ataques a ônibus e os disparos na fachada da Sejus estão centralizadas na DRF, comandada pelo delegado Raphael Villarinho, titular da especializada. Segundo o delegado, a DRF foi escolhida para ficar à frente das investigações, por ser uma delegacia que possui uma visão mais ampla da macrocriminalidade, visto que, inicialmente, a Polícia não descarta a participação de um grupo criminoso.
LINHAS DE INVESTIGAÇÃO
O delegado informou que a Polícia trabalha com duas linhas de investigação. A primeira é a possível relação dos ataques com as mortes que aconteceram em presídios em Itaitinga e em Caucaia, domingo, e o suposto envolvimento de policiais do Ronda do Quarteirão no assassinato de um homem, na Maraponga, na última quinta-feira. Domingo, dois presos morreram em conflitos ocorridos na Unidade Penitenciária Francisco Adalberto de Barros Leal (UPFABL – antiga CPPL de Caucaia, conhecida como Carrapicho) e na Unidade Penal Agente Luciano Andrade Lima (UPALAL - antiga CPPL I), em Itaitinga.
Um traficante de drogas e acusado de comandar um grupo de assassinos na comunidade do Barroso, em Fortaleza, foi achado morto na UPALAL. Henrique de Sousa Monteiro, 29 anos, vulgo Henrique “do Barroso”, era considerado de alta periculosidade, acusado de chefiar o tráfico de drogas daquele bairro e de ser mandante de homicídios na região.
No outro incidente, um detento da UPFABL, foi baleado e morto, acidentalmente, por um PM. Outro incidente foi registrado na Casa de Privação Provisória de Liberdade III, em Itaitinga, na tarde de domingo. Houve um princípio de motim, que segundo informações dos agentes penitenciários de plantão, o problema foi com uma visitante. Uma equipe do Grupo de Apoio Penitenciário (GAP) foi chamada ao local e a situação foi normalizada.
EMPRESAS REPUDIAM ATAQUES
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) repudiou as ações criminosas que provocaram o incêndio dos quatro ônibus. “Não podemos admitir ações dessa natureza, que ameaçam a integridade e a vida das pessoas, agridem ao patrimônio público e que acabam por prejudicar a população fortalezense, em especial a parcela que tem no transporte coletivo o seu principal ou único meio de deslocamento”, diz a nota.
O Sindiônibus já solicitou à SSPDS uma reunião de emergência para tratar do assunto, no sentido de se apurar os responsáveis e encontrar alternativas para reforçar a segurança ao transporte coletivo de Fortaleza.
MOTORISTAS AMEDRONTADOS
Os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro), reuniram-se, na tarde de ontem, para discutir sobre a violência envolvendo o transporte público. Segundo o assessor político da entidade, Valdir Pereira, as ações do domingo são uma explosão da violência que os motoristas já sofrem há bastante tempo. “Enfrentamos assaltos, esfaqueamentos, entre outras violências, e estamos muito preocupados com estas ações, pois estamos vulneráveis. Esperamos que as autoridades tomem atitudes para coibir esse tipo de coisa”, defendeu.
POPULAÇÃO EM PROTESTO
Na última sexta (14), um ônibus foi incendiado na Maraponga. Segundo informações da Polícia, um ônibus foi incendiado pela população em protesto pela morte de Francisco Ricardo Sousa que teria sido morto por dois policiais na última quinta-feira (13), na Maraponga.
Segundo a SSPDS e o Comando Geral da Polícia Militar foram abertos procedimentos na Polícia Civil, na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança e Sistema Penitenciário (CGD) e na própria Polícia Militar para investigar a atuação dos soldados, que participaram da ocorrência. Os policiais, que já foram ouvidos, tiveram prisão temporária decretada.
Jessica Fortes
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