O Sr. JOSÉ LINAHRES (PP-CE) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,
Quero
exaltar o desempenho recente da economia do meu querido Estado do
Ceará. Enquanto o mundo se debate para sair da crise financeira de 2008,
à qual fomos levados pela expansão exagerada do crédito e sua
consequência inevitável, o estouro da bolha, vemos que o nosso Estado
tem sido conduzido com maestria.
Prova
disso é o desempenho da economia estadual: no terceiro trimestre deste
ano de 2013 o nosso PIB cresceu 3,76%, valor bem superior ao brasileiro,
que na realidade apresentou queda de 0,5%.
Sabemos
que, mais importante do que o desempenho do PIB em um trimestre é a sua
evolução ao longo de um período bem maior. Se analisarmos todo o ano,
veremos que também nessa avaliação a economia do Ceará se saiu bem.
Refiro-me aos dados fornecidos pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia
Econômica do Ceará – IPECE. Antes de mostrar os números, porém, quero
deixar registrada a admiração que tenho pelos trabalhos desse Instituto,
que tem proporcionado análises importantes a balizar os esforços de
desenvolvimento dos governos locais. Ao parabenizar o Instituto, quero
homenagear também todos os que lá trabalham e com isso abrilhantam os
seus currículos.
Pois, bem: de
acordo com os dados do IPECE, no ano de 2013 o PIB cearense cresceu
3,22% e, nos últimos doze meses, alcançou a expressiva cifra de 3,54%.
Vê-se, portanto, que há uma perspectiva de longo prazo nesse desempenho;
há, portanto, esperanças para a nossa sofrida população.
Mesmo
se analisarmos a questão com base em prazos ainda mais longos vemos que
o bom desempenho se mantém. Também com base nessa métrica o nosso
Estado mostra-se bem conduzido: nos últimos quatorze trimestres, ou
seja, nos últimos quase quatro anos, o PIB cearense cresceu bem acima do
resultado brasileiro. Isso é o que realmente importa, pois mostra que
encontramos o caminho do crescimento de longo prazo, que é um meio
necessário para elevar o padrão de vida dos nossos conterrâneos.
Quero
também destacar que esse crescimento ocorreu nos vários setores da
economia. Tivemos o setor industrial com um aumento de produção da ordem
de 6,98% no terceiro trimestre do ano corrente, um ritmo que analistas
já chamam de “ritmo chinês”! Mesmo quando se considera os últimos doze
meses a indústria cearense expandiu-se consideravelmente, tendo obtido
um acréscimo de 5,33%. Também o setor de serviços floresceu, com
crescimento da ordem de 3,57% nos últimos quatro trimestres.
Expandiram-se, também, o setor comercial e os transportes, embora a
administração pública, revelando o empenho do governador Cid Gomes em
aumentar aa eficiência da máquina pública, teve crescimento bem menor,
apenas 1,83%. Cresceu menos mas elevou a qualidade dos serviços
prestados, que é o que interessa aos cidadãos.
A
agropecuária é que não apresentou o desempenho esperado. Razões
climáticas, principalmente – tanto excesso quanto falta de chuva –,
vieram anular os esforços governamentais para a melhoria das atividades
desenvolvidas no nosso mio rural.
Registro,
ainda, que nesse particular os esforços estaduais foram prejudicados
pela falta de recursos do Governo Federal. Essa falta de meios levou ao
atraso nas obras da transposição do rio São Francisco; isso, or sua vez,
impediu que a água que aqui virá, em breve, alcançasse as propriedades
sedentas e, por isso mesmo, incapazes de produzir como gostariam.
A
propósito, recentemente visitei alguns dos canteiros daquelas obras, a
convite do Exército brasileiro, a quem agradeço uma vez mais a
oportunidade. Oportunidade de ver a grandeza do Brasil e ver também, ao
mesmo tempo, como a ineficiência de alguns governos põe a perder
esforços de milhares de nossos compatriotas. Dá pena – e disse isso
desta mesma tribuna já há alguns meses –, repito, dá pena ver como uma
obra grandiosa como aquela, cujos benefícios serão auferidos por
centenas de milhares de nordestinos de diversos estados, fica parada,
abandonada, por falta de dinheiro para dar continuidade às obras.
Precisamos
de mais planejamento para que fatos como esse não se repitam e
possamos, assim, dar curso às boas iniciativas tomadas pelo governo
estadual e que garantiram esse crescimento do PIB estadual bem acima da
média brasileira.
Isso, como já
disse, é importante, porque mostra que podemos manter a trajetória e,
dentro de alguns anos, observar grande melhoria da qualidade de vida do
nosso povo.
Gostaria, ainda, de
registrar alguns debates importantes travados nos meios econômicos
internacionais. Trata-se do questionamento do próprio conceito do PIB.
Para muitos economistas, alguns deles premiados com o prêmio Nobel da
economia, é necessário avançar e substituir esse conceito por algo que
retrate, com maior fidelidade, as condições de vida da população.
Ainda
não há um novo conceito já adotado de forma ampla pela comunidade
internacional. Alguns defendem que o chamado Índice de Desenvolvimento
Humano - IDH deveria ser priorizado; outros defendem indicadores ainda
mais amplos. Outros defendem indicadores ainda mais amplos, e há
diversos em utilização, aqui e acolá, cada qual com suas vantagens e
desvantagens.
Há, por exemplo, o
indicador chamado a “pegada humana”, que avalia a sustentabilidade dos
hábitos de vida, vale dizer, de produção e consumo, de cada região. Não
temos ainda esse índice calculado para o Ceará, e para o Brasil as
informações são preocupantes, pois parece que está longe ainda o dia em
que poderemos nos considerar no rumo do desenvolvimento sustentável.
Este
o objetivo maior de toda a política. Esse desenvolvimento sustentável e
integral inclui, além do atendimento às necessidades materiais, a
satisfação das exigências espirituais e psicológicas do ser humano, e
inclui ainda a atenção à preservação do meio ambiente, que é onde
vivemos.
Essa integração é o objetivo maior de quantos abraçam a política por amor e dedicação à causa pública, grupo ao qual pertenço.
Por
fim, quero deixar claro que essas últimas considerações são feitas
apenas para alertar que, a cada dia, torna-se mais importante
considerarmos, também, os impactos ambientais das nossas ações, tanto as
individuais quanto as coletivas, e que a avaliação da nossa evolução
deve ser feita levando em conta também essa variável, e não apenas com
base em indicadores econômicos. Claro, repito, esses são importantes,
mas há outros – como a qualidade de vida, os relacionamentos
interpessoais, a harmonia dentro da sociedade e entre os grupos humanos e
as demais criações de Deus.
Creio,
para encerrar, que o nosso Ceará encontra-se no rumo certo, mas sei que o
nosso caminho ainda é longo. Peço a Deus, portanto, que nos mantenha na boa trilha, nos dê sabedoria para corrigir eventuais erros e força para completar o caminho.
Muito obrigado.
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