Lá aos 8 anos de idade, inaugurei minha porção aventureiro. Não por mote próprio, mas porque acompanhei minha santa Mãezinha Maria Ferreira da Ponte Batista e Mãe Vovó Petronilha, a Racista, para uma odisséia a São Luiz do Maranhão. Tudo começou em Sobral, comprando as passagens na Expresso de Luxo com seu Renato Borges. Viagem assustadora porque a subida da Serra Grande era uma vereda estreita e os abismos abissais praqueles tempos. Um dia inteiro, ou quase, de Sobral a Teresina. Aí, já noitinha, como hotel não prestava e a passagem era rápida, ficamos numa pensão nas proximidades da estação, eis que pegaríamos o trem as 4 da manhã. E se não chegasse a uma da madrugada viajaria em pé. E assim foi feito. Uma hora tomamos banho morno, com a temperatura natural de Teresina e fomos pra estação. Já no trem, pra encurtar a conversa, havia gente falando alto, gritando e reclamando. Tudo na total escuridão. De vez em quando uma mulher gritava: tira o pé do meu buxo!!! Assim mesmo, com X. Outra gritava cala a boca menino e essas coisas de trem de Teresina pra São Luiz lá em meados dos anos 50. Editando o texto: chegamos a São Luiz as 11 horas da noite depois de a Maria Fumaça quebrar três vezes e queimar nossas toalhas com suas fagulhas. Sabe que viajar de trem sem toalha não existia. Cê chegaria todo queimado.
Aí, meu querido leitor pergunta: Sim, e daí?
Acabei de descer de um trem de Teresina a São Luiz. O Vôo da TAM que me trouxe a São Paulo agpra de madrugada tava imprialzim àquela primeira viagem que meu coração vagabundo guardou em mim pra sempre. Entre as cadeiras 12 e 14, arranchou-se um aglomerado que parecia família. Uma mocinha com ar de quem vai ficar no caritó, toda hora chamava um tal de Bruno que tava do outro lado, na janela da fila 12. Ela na janela oposta. -EI, Bruno. Pisiu, ,Bruno e foi assim até escurecer depois de servido o cai duro da TAM que todos pegaram, eram oito, e quem não comeu desovou no Bruno a quem a futura moça velha toda hora perguntava: - Ta com fome, Bruno? A mulher que tava atrás de mim, de dois e dois minutos dava uma porrada na cadeira, possivelmente com os cascos quando não puxava pra se arrumar. Do lado dela um outra jovem tossia e espirrava até levantar pra falar com a outra e espirrar em cima de mim. A matriarca não só falava alto, quase gritando como desembainhou um desses negócios que parece telefone e toca música e danou-se a escutar o som lá dela alto e ruim. E a mulher dando porrada na minha cadeira. De repente não aguentei. Ao jurar que tinha ouvido o ruido de um porco reclamando e o cacarejar de uma galinha...virei-me e soltei, sem querer, um ....pura que pariu!!!
Não fiquei sem resposta. A mulher que tava atrás da minha poltrona dando porrada nas minhas costas apronto o dedo maior de todos da mão direita e deu-me um cotoco comuma unha pintada de preto que parecia a unha do Beto Carneiro o Vampiro Brasileiro.
Viajar tem disso. O cão atenta e o ferro entra.
E cês ficam aí dizendo que vida de jornalista é vida boa e etc. e coisa e tal.
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