Cid Gomes admite renunciar ao Governo
“A hipótese de renunciar será colocada a um coletivo, não para candidatura própria minha, mas para ter Ciro como alternativa de candidatura”, disse Cid, ontem, antes da reunião com todo o secretariado e diretores de órgãos vinculados do Estado para a primeira avaliação do Monitoramento de Ações e Programas Prioritários (MAPP) de 2014. Para o governador, Ciro é um quadro que deve ficar disponível.
Caso a renúncia de Cid Gomes seja confirmada, o comando do governo cearense ficará nas mãos do vice-governador, Domingos Filho (Pros). Ele evitou comentar sobre a possível renúncia afirmando se sentir “impedido” de falar sobre o assunto.
Cid, porém, garantiu que o martelo ainda não está batido e disse que o assunto será discutido por aliados, que terão a liberdade de opinar e apresentar os prós e contras. A data para este encontro, no entanto, não foi divulgada. Por enquanto, o governador afirma que todos os esforços serão dedicados para a manutenção da aliança.
Até a semana passada, a possibilidade de Cid renunciar ao cargo não fazia parte dos planos anunciados pelo governador, que afirmava a intenção de permanecer à frente do Governo até o fim de 2014, quando terminará seu mandato. A mudança na estratégia adotada por Cid Gomes envolve mais uma tentativa de manutenção da aliança montada pelos irmãos Ferreira Gomes. Cid é “cobiçado” pelo PT e também por outros aliados no Estado, como o PMDB do senador Eunício Oliveira.
Na entrevista, ao falar ainda sobre sua possível renúncia, Cid disse ter duas prioridades em 2014 - reeleição da presidente Dilma Rousseff e a manutenção do projeto político em desenvolvimento no Estado - e demonstrou estar disposto a abdicar dos seus interesses políticos pessoais para isso. O governador ainda voltou a afirmar que pretende dar uma “pausa” na militância política e trabalhar no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ao final do Governo, o que, segundo ele, não significa “abandonar” a vida pública.
GUIMARÃES E EUNÍCIO
Antes da entrevista, Cid Gomes teve uma conversa reservada, que durou cerca de duas horas, com lideranças petistas, incluindo o deputado federal José Guimarães, vice-presidente nacional do PT. A candidatura de Ciro ao Senado jogaria por terra as pretensões de Guimarães, que trabalha para ser indicado ao Senado numa possível chapa liderada por Cid.
Cid revelou já ter conversado “rapidamente” com o senador Eunício Oliveira (PMDB) na semana passada, durante passagem de Dilma pelo Ceará. Segundo ele, ficou acertado que o peemedebista, pré-candidato à sucessão ao governo do Ceará, irá procurá-lo até o final desta semana para tratar da aliança estadual. Questionado se ainda é possível manter o PMDB no arco de aliança, o governador disse: “claro que sim”. Eunício trabalha para ganhar as bênçãos de Cid no seu projeto de disputar o Palácio da Abolição.
REUNIÕES
Ao falar do PT, o governador ressaltou que a legenda é um “aliado preferencial” e afirmou ser “rotina” conversar com algumas lideranças petistas. O encontro com os petistas, ontem, serviu para reiterar a tese das lideranças do partido, que defende a indicação da candidatura ao Senado na chapa majoritária da aliança.
Segundo o presidente estadual do PT, De Assis Diniz, o partido mantém sua posição de estar na chapa majoritária e, de preferência, disputando o Senado. Questionado se o nome de Ciro Gomes mudaria o cenário, De Assis disse: “não tratamos sobre isso”. Em seguida, admitiu que na política existe “muita conversa” e avaliou que o processo de discussão ainda depende de diferentes variáveis. O petista disse ainda que a legenda está “tranquila” e que teria convidado Cid a participar do encontro da sigla que irá acontecer no próximo sábado, no Hotel Romano, em Messejana.
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