Dilma encara os dissidentes e quer quebrar o fisiologismo do PMDB

Presidente informa ao partido que vai nomear ministros, mesmo sem o aval de peemedebistas
A presidente Dilma Rousseff informou neste domingo (9.mar.2014) ao PMDB que vai nomear ministros como bem entender se o partido não recuar de sua posição beligerante na Câmara dos Deputados.
O ultimato de Dilma foi feito no início da noite, pessoalmente, ao vice-presidente da República, Michel Temer. A petista se reuniu com o peemedebista no Palácio da Alvorada.
O encontro deveria ter sido com mais caciques do PMDB, mas no final da tarde o Palácio do Planalto desconvidou o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente da Câmara, Henrique Alves (RN), e o presidente nacional da legenda, Valdir Raupp.
Só Michel Temer foi recebido.
Na conversa, Dilma Rousseff expressou novamente toda a sua irritação com o líder do PMDB na Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha (RJ). Reclamou do teor de entrevistas recentes de Cunha e disse que não gostaria de discutir com ele a respeito de quais ministérios vão caber ao PMDB na reforma que está em curso.
A partir de agora, a presidente vai conversar com alguns grupos do PMDB de forma separada.
Nesta segunda-feira (10.mar.2014), às 9h30, Dilma deve receber para uma conversa novamente Michel Temer, que estará desta vez acompanhado de Renan Calheiros e do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). A presença de Renan e de Eunício foi determinada pela presidente da República.
Em seguida, às 10h30, a presidente ordenou que sejam convidados para uma reunião Henrique Alves e Valdir Raupp.
Em data e horário ainda a serem definidos, Dilma pretende também conversar com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, ambos do PMDB.
A petista não disse, entretanto, como pretende acalmar a bancada de deputados do PMDB, insatisfeita por estar prestes a perder algum espaço na Esplanada dos Ministérios.
O Blog apurou que a estratégia de Dilma é a seguinte:
1) enquadrar o PMDB: dizer aos caciques do partido com quem ainda mantém alguma interlocução que não pretende ceder ao líder peemedebista na Câmara, Eduardo Cunha. Deseja isolar Cunha ao máximo. Agora, considera-o um adversário a ser derrotado;
2) aliciar outros partidos: tentar na reforma ministerial fechar o apoio definitivo de partidos médios, como PTB, PP, PSD e outros. Ficaria assim garantido um tempo de TV e rádio suficiente para fazer a campanha da reeleição com um certo conforto.
O desfecho dessa estratégia, no entender do pensamento dilmista, é que o PMDB ficará emparedado e sem opções. A sigla acabará vindo por decantação para dentro da aliança eleitoral comandada pelo PT. E a presidente da República terá, se tudo der certo como ela espera, passado para a história como “a política que dobrou o fisiologismo do PMDB''.
Vai dar certo? O tempo dirá.

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