Ala do PT desenha novo cenário eleitoral
O parlamentar lembra que o PT do Ceará “sempre” teve candidatura própria ao governo e “só agora está se acovardando para não ter, por causa de um grupo que quer se dar bem”, reclama, numa crítica indireta a ala ligada a José Guimarães.
Segundo disse, o grupo de Guimarães está se rebaixando ao Pros em razão da vaga ao Senado. Caso o PT disputasse os cargos de governador e de senador, ainda sobraria o de vice-governador, destinado à formação de uma aliança, de acordo com o parlamentar. “Eu defendo a candidatura própria, e o petista que pensa o contrário está no rumo errado”, alerta.
Xavier lembra que o PT tem vários “nomes fortes” para se candidatar à chefia do Palácio da Abolição, como Luizianne Lins, José Pimentel e José Guimarães que, em vez de senador, poderia postular o governo do Estado. “Não é interessante fazer parceria com os Ferreira Gomes, porque eles não cumprem o que prometem nos acordos”, alfineta, citando como exemplo o lançamento da candidatura de Roberto Cláudio (Pros) contra a de Elmano de Freitas (PT), na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, em 2012.
Apesar da tentativa, José Guimarães evidencia a vontade de disputar o Senado no pleito deste ano. Ele promete trabalhar pela manutenção da aliança, reconhecendo que, dentro do seu partido, existe uma corrente que não quer a continuidade. “A maioria, cerca de 80%, é a favor da aliança, que tem tudo para seguir em frente”, disse Guimarães em entrevista ao jornal O Estado.
CENÁRIO POSSÍVEL
O cientista político Josênio Parente acredita que o cenário proposto pelo deputado Eudes Xavier é possível. Segundo disse, a legenda tem como trunfo o fato de ser o partido da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula. “O PT tem esse potencial de postular o governo do Estado, mas a Dilma não tem intenção nisso. Ela quer apoiar o candidato indicado por Cid Gomes”, afirma.
Entretanto, de acordo com Parente, o novo quadro pode ser estratégico, já que Xavier e Guimarães fazem parte de correntes diferentes do PT. “Eudes é do grupo da Luizianne, enquanto Guimarães é do grupo que apoia o Pros. A ideia pode ser uma estratégia para estimular a legenda a dar destaque diferente ao que Guimarães pretende, para ver se ele se anima”, conclui.
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