Malásia investiga possível vínculo terrorista ao desaparecimento de avião

As autoridades da Malásia investigam um possível ataque terrorista contra o avião da Malaysia Airlines, que desapareceu provavelmente nas águas do Golfo da Tailândia com 239 pessoas a bordo, informou neste domingo (9) o ministro dos Transportes, Hishammuddin Hussein. As autoridades também ampliaram a área de busca nas águas após informarem que o avião pode ter dado um giro na rota antes de sumir.

Onde fica a Malásia

Os serviços de segurança investigam a lista de passageiros do voo MH370 após descobrirem que pelo menos dois deles viajavam com passaportes falsos e haver suspeitas sobre a identidade de pelo menos outros dois.

"Estamos investigando a lista inteira de passageiros, não só desses quatro", disse Hishammuddin em entrevista coletiva no aeroporto de Kuala Lumpur.

"Ao mesmo tempo nosso serviço de inteligência foi ativado e certamente as unidades antiterroristas de todos os países relevantes foram informadas", acrescentou o ministro.

O italiano Luigi Marald e o austríaco Christian Kozel aparecem na lista de 227 passageiros que viajavam de Kuala Lumpur para Pequim no sábado, mas nenhum dos dois estava na Malásia nesse dia.

Marald teve o passaporte roubado há um ano durante férias na Tailândia, e Kozel estava na Áustria e, como ao primeiro, teve o passaporte na Tailândia dois anos antes, comprovaram as autoridades.

Os Estados Unidos enviaram uma equipe de especialistas do Conselho Nacional de Segurança no Transporte, acompanhados de assessores técnicos da Boeing, a fabricante do avião, e da Administração Federal de Aviação americana para ajudar nos trabalhos de investigação sobre o que aconteceu com a aeronave.

Os passaportes roubados, unido ao avião ter desaparecido em uma região sem problemas meteorológicos, alimentaram as especulações sobre um possível ataque terrorista.

Além disso, o diretor da Administração da Aviação Civil do Vietnã, Lai Xuan Thanh, qualificou de "estranho" que o equipamento eletrônico do avião da Malaysia Airlines não tenha enviado automaticamente sinais por satélite.

Voo pode ter dado volta antes de sumir

As equipes de resgate ampliaram a área de busca nas águas do Golfo da Tailândia após informarem que o avião da Malaysia Airlines pode ter dado um giro na rota antes de desaparecer.
O ministro da Defesa e de Transportes, Hishammuddin Hussein, disse que as autoridades estudam todas as possíveis razões de uma meia-volta deste tipo, sem descartar a possibilidade de um ataque terrorista.

"O desaparecimento do MH370 não é algo que possamos analisar superficialmente e não podemos descartar nenhuma possibilidade. As agências de inteligência de países relevantes foram informadas e compartilharemos a informação à medida que a investigação avançar", disse Hishammuddin.

Em entrevista coletiva posterior, autoridades da Aviação Civil e das Forças Armadas malaias disseram que os radares confirmam que o avião realizou essa manobra de giro, mas que não houve nenhuma comunicação do piloto como o protocolo estabelece.

Também não foi recebida nenhuma mensagem de alerta ou emergência vinda do avião antes de desaparecer, acrescentaram.

Hishammuddin confirmou a presença de manchas de óleo no mar entre Malásia e Vietnã, mas ressaltou que, por enquanto, não foi encontrado nenhum destroço da aeronave.
  • Reprodução de site mostra a última posição informada do voo MH370, da Malaysian Airlines, em vermelho. De acordo com o portal flightradar, o último contato aconteceu 40 minutos após o voo, já a Malaysian Airlines fala em cerca de 1 hora de contato

Voo partiu de Kuala Lumpur para Pequim

O Boeing 777-200 partiu de Kuala Lumpur às 00h41 (local, 13h41 da sexta-feira em Brasília) e deveria aterrissar em Pequim seis horas mais tarde, e, mas perdeu o contato com a torre de controle de Subang, ainda na Malásia, às 02h40 (local).

O piloto do Boeing 777-200 é um malaio de 53 anos com uma longa experiência na companhia, na qual ingressou em 1981 e onde já realizou 18.365 horas de voo.

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