"Alguém pisou na bola!" | Por Pedro Luiz Rodrigues* | |
A
FIFA - por motivação própria ou por recomendação dos marqueteiros
planaltinos, ainda não se sabe - riscou a presença e o discurso
protocolar da Presidente Dilma Rousseff da cerimônia de abertura da
"Copa das Copas".
Acho isso um absurdo! Eu e gente situada nas cercanias do poder, inconformada por ter sido a Presidente deletada da cerimônia. Terá sido uma iniciativa espontânea do Joseph Blatter? Para muitos parece improvável. Parece ter dedo de marqueteiro no assunto. Os que ficaram contrariados com o anúncio feito lembram que na abertura da Copa de 2010, no Orlando Stadium em Johanesburgo, lá esteve o presidente Jacob Zuma, cujo discurso de inauguração foi aplaudidíssimo pelos sul-africanos. Lembram, também, que em 2006, na mais circunspecta Alemanha, um garboso presidente Horst Köhler não conseguiu dissimular seu encantamento em pronunciar, com poucas palavras, a abertura da Copa, no estádio Allianz Arena. Em 2002 - quando a Copa foi realizada sob os auspícios do Japão e da Coréia do Sul -, na cerimônia de aberura o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, e o presidente sul-coreano Kim Dae-Jung fizeram belíssimos discursos inaugurais. Ambos foram aplaudidíssimos. Em 1998, o presidente francês Jacques Chirac foi uma das vedetes da festa da abertura da Copa. E agora, no "melhor Mundial já visto no planeta" (palavras do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva,em 2010), o Brasil vai ficar mudo? Dilma Rousseff é, afinal, a Presidente do Brasil. Na minha modesta opinião, ainda que por razões simplesmente protocolares ela não pode se esquivar de comparecer à cerimônia de abertura. Entende-se que ela não queira fazer um discurso mais encorpado - por temor de que venha a ser interrompido por apupos ou coisas do gênero. Mas pelo menos poderia fazer como Horst Kohler, em 2006, e simplesmente fazer um anúncio bem curtinho, de duas ou três palavras. E pronto! Assim, se houver vaia, quando elas começarem, o discurso já acabou. Pedro Luiz Rodrigues - É diplomata, jornalista e meu amigo. |
Opinião
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