gois de papel
Ser ou não ser, eis Shakespeare
Muita gente não sabe direito quem foi este inglês, mas tropeça com ele ao repetir frases como “nem tudo que reluz é ouro” ou “o que não tem remédio, remediado está”.
Tradutora de 35 das 37 peças do autor, a coleguinha Barbara Heliodora, 90 anos, conversou com Ana Cláudia Guimarães, da turma da coluna.
Para um cidadão pouco afeito à leitura de clássicos, o que você diria sobre a importância de Shakespeare?
O bom de Shakespeare é não ser preciso ficar pensando “Eu vou ler um clássico!”. É um prazer ler as peças de Shakespeare porque elas falam sempre de comportamentos humanos que nos interessam.
Shakespeare continua atual?
Sempre atualíssimo. Costumo dizer que o segredo de Shakespeare é ele ter passado a vida tendo um grande caso de amor com a Humanidade. Ele escreve sobre o que o ser humano tem de bom, de mau, de certo, de errado, de interessante, de brilhante e até mesmo de chato. Para ele, o ser humano é fascinante, e, por isso, tudo o que ele escreve continua a ser enriquecedor e, no melhor sentido da palavra, divertido para todos nós.
Cite um texto bem atual.
Que tal “Júlio César”, sobre a luta política pelo poder? Ou “Romeu e Julieta”, sobre o conflito entre duas famílias.
Qual é a melhor obra para uma pessoa se iniciar no universo de Shakespeare?
“Júlio César”, “O mercador de Veneza” ou “Henrique V”, muito concisas e claras, e nelas se pode encontrar a beleza com que ele arma enredo e cria personagens. Quanto mais se lê, mais se aprecia.
Em tempo
A coluna é devota de uma frase de Shakespeare: “É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada.” Algo parecido ao que disse nosso querido poeta Vinicius de Moraes: “É melhor ser alegre que ser triste.”
Mas aí é outra história.
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