Quem tem...tem medo

Putin ordena retorno aos quartéis de tropas no oeste e centro do país

Protestos são reprimidos com violência na Ucrânia

3.mar.2014 - Soldados russos bloqueiam área de Perevalne, perto de Simferopol, na região autônoma da Crimeia (Ucrânia) Alexander Nemenov/AFP
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou o retorno aos quartéis das tropas que participaram de exercícios militares no oeste e no centro do país, noticiaram nesta terça-feira (4) as agências AP e Efe.

IMPASSE COM A RÚSSIA MOTIVOU REVOLTA NA UCRÂNIA

As manifestações começaram em novembro, depois que o então presidente Viktor Yanukovich anunciou sua decisão de não assinar um acordo de cooperação com a União Europeia.

Uma ex-república soviética, a Ucrânia está no meio de uma disputa de forças entre grupos que querem mais proximidade com a União Europeia e outros que têm mais afinidade com a Rússia.

Em fevereiro, Yanukovich foi deposto, um governo interino foi empossado e novas eleições foram convocadas.

As atenções agora se viraram para a Crimeia, região autônoma da Ucrânia de maioria alinhada à Rússia e que convocou um referendo sobre sua soberania.

Tropas russas já assumiram controle sobre a região, apesar dos protestos da comunidade internacional ,e há temores de que possam tentar avançar sobre outras partes da Ucrânia.
Moscou negou que os exercícios, que começaram no último dia 26 , tenham tido relação com a Crimeia, região autônoma da Ucrânia de maioria alinhada à Rússia. Putin disse ter o direito de enviar tropas para proteger os russos no local, e a Ucrânia relata que a Rússia deslocou 16 mil soldados para a Crimeia desde 24 de fevereiro.

"O comandante supremo das Forças Armadas da Federação Russa, Vladimir Putin, deu a ordem para as tropas e unidades participando dos exercícios militares regressarem às suas bases", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a agência Interfax.

Peskov disse que os exercícios tinham sido um sucesso e que terminaram na data prevista.
O líder russo assistiu ao último dia dos exercícios na segunda-feira (3), e não demonstrou nenhum sinal de preocupação com advertências de potências ocidentais de que a Rússia poderia enfrentar sanções para tomar o controle da região Crimeia sul da Ucrânia. Mais tarde, os EUA suspenderam negociações comerciais e acordo militar com a Rússia.

EUA suspendem negociações comerciais e acordo militar com a Rússia

Os Estados Unidos suspenderam nesta segunda-feira as negociações que estavam em andamento com a Rússia para estreitar seus laços comerciais e de investimentos devido à intervenção militar desse país na península ucraniana da Crimeia, informou uma fonte oficial ao jornal "Wall Street Journal". Mais cedo, os EUA haviam anunciado a suspensão de "todos os vínculos militares" entre Washington e Moscou.

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"Devido aos últimos eventos na Ucrânia, suspendemos as negociações bilaterais - com a Rússia - sobre comércio e investimento, que estavam voltadas a aproximar nossos laços comerciais", disse à publicação um porta-voz do representante de Comércio Exterior dos Estados Unidos, Michael Froman.
Os vínculos militares entre os países que foram encerrados compreendem "os exercícios e as reuniões bilaterais, as escalas de navios e as conferências de planejamento militar", declarou em uma nota o porta-voz da Defesa americana, o contra-almirante John Kirby.
"Pedimos que a Rússia impeça a escalada da crise na Ucrânia e que suas tropas na Crimeia voltem para suas bases", afirmou em comunicado o porta-voz do Departamento de Defesa, o contra-almirante John Kirby.
Essas decisões se inserem no pacote de medidas de pressão que os Estados Unidos preparam para tentar persuadir a Rússia a voltar atrás em sua intervenção militar na Crimeia.
(Com AP e Efe)

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