Operário cai do 22o andar; é a sétima morte este ano
“Ele estava descendo na cadeira, da cobertura para a balança, que estava no 13º andar, quando, de repente, o vi descendo de uma vez, mas não dá para dizer o que aconteceu”, relatou.
Outro primo da vítima, Valmir Bento de Cunha, 49, afirmou que só a perícia poderá dizer o que ocorreu, tendo em vista que Danilo estava com todos os equipamentos de segurança. “O cabo de seda (corda), o trava-queda e o cinto de segurança estão novos”, disse, presumindo que, devido à chuva, ou outra circunstância, os equipamentos podem ter soltados da base da cobertura. “Danilo veio do município de Ipu e deixou esposa e uma filha”, lamentou.
SEM SEGURANÇA
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF), esta é a sétima morte de operários da construção civil só este ano. De acordo com o coordenador-geral da entidade, Nestor Bezerra, em 2013, quatro pessoas morreram em acidentes nos canteiros. Em 2012, vinte e duas pessoas morreram. “Isso mostra o descaso dos empresários com os trabalhadores da Construção Civil”, criticou Nestor, ressaltando que muitos operários trabalham com equipamentos sem qualidade, além de não saberem operá-los.
SINDUSCON
Em nota de esclarecimento ao Jornal O Estado, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE) lamentou a morte de Francisco Danilo Dantas e afirmou desconhecer os número de acidentes divulgados pelo STICCRMF, tendo em vista não serem dados de fonte oficial.
O Sindicato destaca que as empresas associadas seguem a legislação de segurança e saúde existente, com mais de 28 normas regulamentadoras, além das certificações de qualidade, como o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-h), OHSAS 18001, ISO 9001, entre outras. Além disso, assegurou que desenvolve programas como o de Qualidade de Vida na Construção, com oficinas para os operários, e Obra Segura, realizando o diagnóstico de saúde e segurança nos canteiros, apresentando relatório de melhorias continuadas, além da publicação de manuais técnicos e cartilhas ilustradas sobre os principais temas de segurança, e realização de cursos e seminários de capacitação.
TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL VÃO ÀS RUAS POR MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF), as negociações que não avançam por melhores condições de trabalho, reajuste 15% do salário, aumento da cesta básica de R$ 65,00 para R$ 150,00, plano de saúde para todos os trabalhadores e a presença de 5% de mulheres nos canteiros de obras leva, quase que diariamente, operários da construção da civil a cruzarem os braços e protestarem nas ruas da Capital.
Sobre a pauta do aumento de salário, o diretor do Sinduscon, Heitor Studart, assegurou que os entendimentos estão chegando a um consenso, tendo em vista que a maioria da classe está aceitando o que foi proposto. Por outro lado, no que diz respeito ao plano de saúde para toda a categoria, afirma que o impasse continua, em virtude de os trabalhos não serem de tempo integral. “Acredito que logo vai aparecer uma solução, incluindo o plano de saúde, para que as paralisações terminem de vez”, diz.
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