Falta de fiscalização facilita caça às avoantes em reserva de Aiuaba
As avoantes atravessam o oceano e vem para o Ceará
Fiscais do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade deflagraram no entorno do pombal da estação ecológica do município de Aiuaba, nos sertões dos Inhamuns, considerada como a maior reserva do bioma caatinga do nordeste brasileiro, a operação de combate à caça de avoantes, que teve início com o seu processo de reprodução.O coordenador da estação ecológica, Honório Miguel Arraes, disse que o principal objetivo da operação de combate à caça de avoante no pombal da serra da Ermo, no entorno da estação ecológica de Aiuaba, é por se o local um local de confluência dessas aves. “Com o advento dessas avoantes no pombal, passamos a perceber a frequência de caçadores que vem de várias cidades próximas, em busca de matar indiscriminadamente as avoantes”, conta Arraes. Para protegê-las, foi montada uma operação com a participação de fiscais do Ibama, Flona Araripe e Polícia Militar Ambiental. Foram presos quatro caçadores do município de Campos Sales e quatro motos foram apreendidas. Além disso, lavrados auto de infração a cada um desses caçadores detidos no valor de R$ 19,5 mil. No total, foram apreendidos 158 avoantes em poder dos caçadores, que foram autuados na delegacia regional de Polícia Civil do Crato. Eles responderão a processos administrativo e penal.
Luta pela preservação
Arraes menciona que o combate à caça de avoantes está sendo feito há mais de 25 anos em uma área de cinco quilômetros. “Apesar de contarmos apenas com dois fiscais para vistoriarmos toda a área, estamos trabalhando diariamente para mantermos preservada toda a área do pombal, mas, o que está nos impedindo de intensificar o nosso trabalho está sendo a falta de recurso”, lamenta. A estação ecológica possui uma área de 11,5 mil hectares. Honório enfatiza que um dos grandes problemas atuais na estação ecológica é a desativação, por parte do governo federal, do posto de fiscalização, que se encontra fechado há mais de cinco meses, ocasião em que foram demitidos quatro vigilantes.
“Este posto servia para inibir a ação dos caçadores, que estão se aproveitando dessa situação para caçar ou fazer, de maneira clandestina, a retirada de madeiras. Nós não temos como evitar a ação dos caçadores, que estão se aproveitando da insuficiência de fiscais”, denuncia o coordenador.
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