Cid reúne aliados para debater sucessão
Entre os pontos a serem tratados, além da manutenção da base aliada, estaria a formatação de uma plataforma de governo a ser apresentada nas eleições deste ano. Há uma disputa interna pela indicação do nome que irá compor a cabeça da chapa, onde cinco filiados do Pros são apontados como possíveis indicações do governador. Além disso, dois partidos, PT e PCdoB, disputam a única vaga para candidatura ao Senado Federal. Cid, porém, já avisou que o momento não é indicado para postulação de nomes.
No início de abril, Cid falou ao jornal O Estado que pretendia reunir os aliados para avaliar os erros e acertos dos últimos anos de Governo. Recentemente, ele fez um balanço dos compromissos assumidos em sua gestão, inclusive ressaltando ter errado na área da segurança pública, onde, segundo ele, afirmou não ter alcançado os resultados desejados. Para o governador, qualquer indicação deve estar condicionada a um planejamento de médio e longo prazo a ser apresentado a população. Na ocasião, Cid disse não ter “angústia” e, por isso, não iria precipitar as discussões.
O pensamento, contudo, é compartilhado pelos aliados. O presidente estadual do PT, De Assis Diniz, afirmou que a iniciativa é importante, sobretudo por estar inserido no atual governo. ”O debate está inserido dentro da nossa tese”, disse, ressaltando que o encontro será o primeiro momento para ouvir e apresentar proposta a serem elencadas numa plataforma de governo futuro, além de traçar um calendário de encontros para discutir a sucessão estadual.
Ao comentar a não participação do PDMB no encontro, De Assis tentou minimizar, afirmando que não caracteriza “ruptura” e declarou que a resolução do PT é tentar manter a base de sustentação unida. Porém, agora, deve respeitar o papel protagonista de Cid na discussão. O PT faz parte da base do apoio, mas uma ala do partido, ligada à ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, faz oposição e defende, inclusive, candidatura própria da legenda ao governo.
Estarão presentes na reunião os representantes de 22 siglas: Democratas (DEM), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido Ecológico Nacional (PEN), Partido Humanista da Solidariedade (PHS), Partido da Mobilização Nacional (PMN), Partido Progressista (PP), Partido Pátria Livre (PPL), Partido Popular Socialista (PPS), Partido Republicano da Ordem Social (Pros), Partido Republicano Progressista (PRP), Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Democrático (PSD), Partido Social Democrata Cristão (PSDC), Partido Social Liberal (PSL), Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido Trabalhista Cristão (PTC), Partido Trabalhista Nacional (PTN) e Solidariedade (SDD).
SAIBA MAIS
A base de Cid é a maior da história do Ceará. O grupo que apoia o governo já contou com o aval do ex-governador Tasso Jereissati (PSDB), ejetado do grupo e derrotado quando buscou a reeleição ao Senado em 2010. O tucano é hoje cotado para disputar a vaga de senador contra o candidato que irá compor a chapa majoritária com o apoio de Cid Gomes.
PMDB fica fora da lista de “aliados” do governo Cid
Agora, é oficial. O PMDB está fora da lista de aliados do governador Cid Gomes (Pros). A legenda, que até bem pouco tempo ocupava cargos na gestão cidista, não foi convidada para o encontro que vai discutir a sucessão estadual. Nos bastidores, algumas lideranças ainda duvidavam do rompimento e acreditavam que Cid poderia, mesmo que em último recurso, apoiar a candidatura de Eunício Oliveira ao governo do Ceará. Porém, o Pros deixou que os partidos trilhem caminhos opostos. Ao convocar uma reunião com lideranças de diversos partidos aliados, o PMDB não foi convidado a participar, confirmando o que Cid disse recentemente ao avaliar que “está cada vez mais difícil dialogar com o PMDB”.
No início deste mês, todos os secretários do PMDB entregaram seus cargos no governo Cid Gomes sob alegativa de que, desta forma, o partido ficaria livre para articular a candidatura do senador Eunício Oliveira ao governo do Ceará. Na época, os dois lados evitaram falar em rompimento.
Na avaliação do vereador Vitor Valim (PMDB), a postura certifica que a disputa deve ser plebiscitária, com o indicado de Cid Gomes, de um lado e Eunício Oliveira de outro. Embora encare a postura com “naturalidade”, Valim destaca que a postura do Pros demonstra uma defesa por “um projeto de Poder e não de governo, como se propagandeia”. Disse ainda que, nos últimos anos, o PMDB sempre foi solicito e defendeu o atual governo e, portanto, acredita “que é preciso avançar ainda mais e corrigir alguns erros”. Para ele, a candidatura do PMDB é irreversível.
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