MÁFIA DOS SANGUESSUGAS
MPF obtém condenação de ex-deputado acusado de receber propina em troca de emendas
Na sentença, a Justiça Federal também condenou um assessor parlamentar de Rommel Feijó, acusado de participar do esquema; Ambos pegaram pena de sete anos e oito meses de reclusão
MPF obtém condenação de ex-deputado acusado de receber propina em troca de emendas
Na sentença, a Justiça Federal também condenou um assessor parlamentar de Rommel Feijó, acusado de participar do esquema; Ambos pegaram pena de sete anos e oito meses de reclusão
O Ministério Público Federal (MPF) obteve a condenação do
ex-deputado federal Francisco Rommel Feijó de Sá a mais de sete anos de
reclusão após ser acusado de aprovar emendas parlamentares em troca de
propinas equivalentes a 10% dos valores dos recursos públicos adquiridos
por meio das emendas. A sentença, que também condenou um assessor
parlamentar do então deputado, é resultado de ação penal ajuizada pelo
procurador da República Luiz Carlos Oliveira Júnior, do MPF em Limoeiro
do Norte (CE).
Consta na ação que, em 2003, Rommel Feijó, em conluio com o
assessor parlamentar Andrey Batista Monteiro de Morais, foi responsável
pela negociação fraudulenta para a compra de equipamentos hospitalares
para a Casa de Saúde de Russas (CE) por meio das verbas de emendas
parlamentares. As investigações do MPF apontaram que, para o esquema ser
executado, foi criada uma empresa de fachada, conhecida como
"Organização Vedoim", usualmente utilizada no esquema que ficou
conhecido como "Máfia dos Sanguessugas".
De acordo com o procurador da República Luiz Carlos Oliveira
Júnior, o MPF identificou que o então deputado Rommel Feijó contatou a
diretoria do Hospital e Casa de Saúde de Russas para oferecer a alocação
das verbas federais mediante a apresentação de emendas ao Orçamento da
União. Em seguida, orientou o assessor parlamentar Andrey Batista a
encarregar-se da confecção do projeto que culminou com a formalização de
convênio.
As investigações mostram que Andrey Batista induziu em erro a
direção do hospital, convencendo-a a deixar sob a responsabilidade do
gabinete do parlamentar a aquisição dos equipamentos hospitalares, tendo
em seguida forjado a coleta de preços, de forma a conferir aparência de
regularidade à compra dos equipamentos junto à empresa pertencente à
quadrilha. Ao final, caberia ao Rommel Feijó e Andrey Batista receber a
propina da chamada organização Vedoim.
Segundo o procurador Luiz Carlos Oliveira, foram encontrados
comprovantes bancários de que pelo menos um depósito de R$ 4.800,00 foi
efetuado pela quadrilha na conta do denunciado Andrey Batista, como
pagamento por sua atuação na negociação ilícita. Além disso, depoimentos
revelaram detalhes sobre as contas bancárias indicadas pelo ex-duputado
Rommel Feijó como destinatárias da propina recebida da organização
Vedoim.
Na sentença, o juiz federal da 15ª Vara, Gustavo Melo Barbosa,
condenou cada um dos réus a sete anos e oito meses de detenção, além da
perda de cargos públicos e a inabilitação pelo prazo de cinco anos para o
exercício de qualquer função pública, além de pagamento de multas.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal no Ceará
fone: (85) 3266.7457 / 3266.7458
prce-ascom@mpf.mp.br
twitter.com/mpf_ce
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