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y te sacarán los ojos, diz o provérbio espanhol. O Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto, MTST, que lidera tumultos, é ligado ao PT. Seu
líder, Guilherme Boulos, tem no ministro Gilberto Carvalho um amigo;
Dilma se deixa fotografar abraçada a ele. E é ele que ameaça impedir a
Copa se suas reivindicações não forem atendidas agora, sejam legais ou
não. Na lei ou na marra.
Não faz sentido: quem não quer a Copa são grupos contrários ao Governo,
que buscam desgastá-lo. O Governo quer a Copa (e está certo - é um
compromisso do país, não de Lula e Dilma; os gastos já foram feitos e é
hora de colher o retorno, mesmo que pequeno). Será a prova de que tem
condições de atingir suas metas. Como entender que governistas radicais,
que consideram fascista quem quer que não acredite que o PT comanda as
melhores administrações que já houve no mundo, melhores até que a de
Cuba, prejudiquem seus ídolos maiores?
Parece incrível, mas tem lógica. No Chile, o Movimiento de Izquierda
Revolucionaria, MIR, chefiado por um sobrinho do presidente Allende, fez
o que pôde para realizar e radicalizar as propostas do Governo. No
Brasil, cabos e sargentos, liderados pelo Cabo Anselmo (que mais tarde
mudaria de lado, mas naquela hora pensava como o Governo), buscavam
aprofundar as reformas propostas pelo presidente Goulart. O cunhado de
Goulart, Leonel Brizola, dava-lhe total apoio: "Reformas na lei ou na
marra". Deu errado: estes movimentos enfraqueceram Allende e Goulart.
Mas quem não aprende com a História irá sempre repeti-la.
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