Chilenos terão que deixar o país em 72 horas, diz Ministério da Justiça
Aiuri Rebello, Rodrigo Mattos, Vinicius Konchinski e Vinícius Segalla*
Do UOL, em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo
Do UOL, em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo
Os 87 chilenos e um argentino que foram detidos após invadirem o
estádio do Maracanã nesta quarta-feira antes do jogo do Chile contra a
Espanha terão que deixar o país em 72 horas após prestarem depoimento,
informa o Ministério da Justiça. Inicialmente, as autoridades
brasileiras tinham divulgado que haviam sido detidos 85 chilenos, mas a
informação foi retificada posteriormente.
Até o início da noite
desta quarta-feira, eles estavam prestando depoimento no complexo
policial-administrativo Cidade da Polícia, no bairro de Manguinhos, no
Rio de Janeiro.
De acordo com a Polícia Federal, eles serão
autuados em flagrante pelo crime previsto no artigo 41 do Estatuto do
Torcedor: promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir
local restrito aos competidores em eventos esportivos. A pena prevista é
de reclusão de um a dois anos e multa, mas o Brasil optou pela saída
dos torcedores do país, opção prevista no Estatuto do Estrangeiro.
De acordo com nota oficial publicada pelo Ministério da Justiça, os
invasores serão notificados a sair do país e terão 72 horas para
fazê-lo. Caso não o façam, serão oficialmente deportados, sendo levados à
força até o aeroporto e embarcados em um avião para o Chile.
Já estão na Cidade da Polícia autoridades do Consulado do Chile no Rio
de Janeiro e policiais chilenos que estavam no país participando da
operação de segurança na Copa do Mundo. Os policiais chilenos estão
ajudando na força-tarefa que foi criada pelas autoridades brasileiras
para ouvir os invasores com a maior eficiência possível.
A
possibilidade de prisão ainda existe para aqueles que trocaram agressões
com policiais ou estavam de posse de ingressos falsos, o que os levaria
a responder por crimes mais graves. Até agora, não há dados que
indiquem que isso tenha acontecido.
A Polícia Civil do Rio de
Janeiro vai investigar o dano ao patrimônio público no Maracanã. Será
solicitada perícia no local, além de imagens de câmeras do circuito
interno e vídeos divulgados pela imprensa para individualizar a conduta
de cada um dos chilenos, segundo informa, em nota, a Secretaria de
Segurança do Rio.
Por volta de uma hora antes do confronto, que
teve início às 16h, torcedores sem ingresso derrubaram as grades no
Portão C do estádio e invadiram o local sem permissão.
Um grupo
invadiu a sala de imprensa do Maracanã, onde derrubaram uma divisória
erguida para isolar o acesso à área interna. Uma torcedora com camisa do
Chile machucou o braço quando um vidro foi quebrado. Depois, alguns dos
invasores foram pegos por seguranças e colocados sentados em um canto
do corredor do estádio.
Em nota, a Fifa comunicou que "um grupo
de pessoas sem ingressos forçou de forma violenta a entrada no estádio,
quebrando cercas e passando pela segurança" e que "foram contidas pela
segurança e não chegaram aos assentos". Acrescentou ainda que "a
situação rapidamente foi controlada e pelo menos 85 invasores foram
detidos de acordo com a policia militar".
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