Coluna do blog



O discurso do medo
Li, de um certo Wanderley Guilherme dos Santos, que a democracia é, por certo, um sistema político que garante voz a quem deseja acabar com ela, mas não é um arranjo institucional de espinhela caída a permitir ações que constrangem a maioria da população. O conhecido e histórico oportunismo de certos grupos sociais – trabalhadores em transportes, especialmente de massas, e empregados em saúde pública – e de rótulos partidários sem energia própria podem, parasitando a inércia das instituições legítimas e com divulgação garantida, persuadir a maioria não organizada dos cidadãos que são eles os minoritários. Imprensados entre a balbúrdia com proteção jornalística e o silêncio governamental, ficam os trabalhadores em dúvida sobre se a melhoria em suas condições de vida não constitui imerecida exceção num país aparentemente em ruínas. Daqui de longe, no calorzinho da Flórida, da volta da Big Apple imagino que, quem conhece o todo e não compartilha informação com os beneficiados comete grave erro de propaganda política. Faz parte da obrigação governamental não apenas fazer, mas fazer saber. Em 27 de maio último, por exemplo, o Senado aprovou proposta tornando legal a expropriação de empresas que explorem trabalho escravo. Não há em nenhum lugar do mundo legislação semelhante. Tal como o programa bolsa-família, essa legislação será em breve copiada por outros países, pois o trabalho escravo não é monopólio de países pobres. Contudo, notícia de tal importância foi relegada a páginas remotas dos diários ou nem mesmo registrada. Do mesmo modo, o imenso planejamento das benfeitorias que serão deixadas pela Copa de futebol, muitas das quais já operando, foi até aqui esmagado por uma das mais estúpidas campanhas jamais patrocinada pelo conservadorismo oposicionista e uisquerdóides de todos os tempos. Pois vai ter Copa, sim, assegurada pela maioria real do país e apesar do paralisante acidente vascular do governo. Minorias têm direitos, mas não podem ter o poder de subjugar a maioria. Tratá-la como maioria é traição institucional e política. A população trabalhadora tem direito a exigir transportes suficientes e em boas condições, mas previamente tem o direito constitucional de ir e vir. Conta-se que, na China pré-conquista do poder, o Partido Comunista organizava greve de bondes fazendo os transportes rodarem gratuitamente. Não li que jamais os incendiasse e obrigasse os trabalhadores seguirem a pé para suas casas. Já no Chile, o primeiro ato da derrubada de Salvador Allende desenrolou-se com uma paralisação de transportes seguida de um lock-out do comércio de alimentos. Não conheço tratado de política em que tais movimentos prenunciem avanços democráticos. Conheço histórias em que os desfechos foram tiranias longevas. Há razão para a ansiedade de parte da população e para o desejo de mudança. Já não é tão claro, apesar de destemidos intérpretes e fora os itens costumeiros de melhor transporte, saúde, educação e segurança, o que deseja a significativa maioria da população. Pelo que costuma responder sobre a difusão da violência, o anarquismo sem rumo dos blaquiblocs e aparentados, esplendidamente repelidos, o que a maioria deseja é mudar a sociedade. É importante que as autoridades meditem sobre isso, não se entreguem às interpretações velhacas e tragam segurança jurídica e existencial à maioria. São pagas para isso.

A frase: “Se vocês  estão a fim de prender o ladrão, podem voltar pelo mesmo caminho; o ladrão está lá embaixo, atrás da gravata e do colarinho”. Refrão de música.


Up grade (Nota da foto)
Quer dizer então que ao invés de Dilma quem vai entregar a taça de campeão do mundo de futebol é a Gisele? Grande troca. Ao invés de Dilma, Giseli. Eu concordo. Parafraseando nosso Vinícius de Morais, as feias que me perdoem, mas a beleza é fundamental. Calma! Não estou dizendo que Tia Dilma é feia. E eu até gosto da vó.

Falou como candidato
José Nobre Guimarães deu entrevista ao rádio. Falou como candidato a Senador. Prego batido ponta virada. Depois foi tomar café com Cid Gomes.

Lado a lado
O mesmo Guimarães foi adiante e disse: Em política tem que ter lado. Eu tenho um lado. Sempre tive um lado. Se não gostar muito de política, desocupe a moita.

For ever and ever
Quem sabe agradecer tem frase pronta pra quem tiver dúvida: gratidão não prescreve. Ingratidão também não.

Visitantes
A lista dos chefes de Estado que já confirmaram sua vinda para a Copa aumentou: Hassan Rouhani, do Irã; Jacob Zuma, da África do Sul; Xi Jinping, da China; Vladmir Putin, da Rússia.

E mais...
Narendra Modi, da Índia; Didier Burkhalter, da Suíça; Zoran Milanovic, da Croácia; John Mahama, de Gana; José Eduardo Santos, de Angola; Macky Sall, do Senegal; Joe Biden, dos Estados Unidos.

Além desses...
Michele Bachelet, do Chile; e Rafael Corrêa, do Equador. François Hollande, da França e Mariano Rajoy, da Espanha, só virão depois da classificação de seus países.

Outra TV
Khaled Adib, ex-Rede TV!, está montando, no antigo prédio onde funcionava a extinta TV Manchete, em São Paulo, uma nova emissora (começa via satélite e depois, entra na TV por assinatura) chamada TV Singular.

Pois bem...
Singular é o nome patenteado de uma ótima revista editada com esforço e muita dedicação, faz anos e anos pelo jornalista Eliezer Rodrigues,  no Ceará. Avisei.


Nenhum comentário:

Postar um comentário