Como diria Esmerino Arruda: As verdinhas dispararam, meu filho!


Dólar tem a maior alta dos últimos seis meses, revela Banco Central
Uma série de dúvidas dos investidores em relação ao futuro das intervenções do Banco Central (BC), no mercado de câmbio, levaram o dólar ao seu maior avanço diário em mais de seis meses, ontem. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia com valorização de 1,33% sobre o real, cotado em R$ 2,269 na venda. Foi a maior alta diária desde 21 de novembro do ano passado, quando subiu 1,71%. Também é seu maior preço desde 3 de abril deste ano, quando valia R$ 2,278. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, teve alta de 1,60% nesta segunda, para R$ 2,277 - maior valor desde 3 de abril, quando estava em R$ 2,282.
De acordo com a avaliação de operadores do mercado financeiro, os investidores podem não estar mais vendo sentido, no cenário atual, o BC continuar intervindo no câmbio - pelo menos na mesma proporção que tem feito desde o final do ano passado. “O Banco Central já parou de subir os juros e a economia americana segue se recuperando. Isso configura um cenário de pressão no câmbio. Mas as interferências do BC começaram quando o dólar bateu os R$ 2,40. Agora, está abaixo de R$ 2,30. É outra situação. O mercado percebe que não faz sentido manter essas atuações. Segurar a alta é ruim para a indústria exportadora”, disse Fernando Bergallo, gerente de câmbio da corretora TOV.
Em agosto do ano passado, após o dólar à vista ter batido R$ 2,43 na venda, o BC iniciou o seu programa de leilões de swap cambial - que equivalem a uma venda futura de dólares. A princípio, eles ocorriam de segunda a quinta-feira, com oferta de US$ 500 milhões em contratos por dia. Além disso, às sextas-feiras, o BC oferecia US$ 1 bilhão por meio de linhas de crédito em dólar com compromisso de recompra, outro mecanismo também utilizado para empurrar as cotações da moeda americana para baixo.
No final de 2013, após a decisão do Banco Central dos EUA (Federal Reserve - Fed) de reduzir, gradualmente, os estímulos à economia americana, o BC brasileiro diminuiu a oferta fixa de dólares no mercado doméstico de US$ 3 bi para US$ 1 bilhão por semana, eliminando os leilões de linha às sextas-feiras e passando a oferecer US$ 200 milhões de segunda a sexta em leilões de swap.
ROLAGENS
Mesmo assim, a autoridade continuou garantindo liquidez ao mercado através da rolagem dos vencimentos de contratos de swaps mensalmente. Essa rolagem, no entanto, vem diminuindo desde abril, o que corrobora a expectativa de que o BC possa parar de atuar no câmbio no médio prazo, segundo operadores. Em maio, por exemplo, o BC rolou cerca de 50% do volume de swaps que venceriam em 2 de junho. No mês anterior, a rolagem havia sido em torno de 75% e, no primeiro trimestre, a autoridade costumava rolar 100% dos vencimentos.
Atualmente, além da intervenção já programada, o BC começou a rolar contratos de swap que venceriam em 1º de julho. A autoridade vendeu todos os 5 mil papéis oferecidos, por US$ 247,5 milhões. Caso mantenha esse ritmo, no final do mês o BC terá rolado pouco menos de 50% do lote todo, considerando que não haverá leilão no feriado de Corpus Christi e no dia 12, devido ao jogo da seleção brasileira na abertura da Copa do Mundo.
CENÁRIO
Além de o patamar do dólar estar mais baixo que em 2013, operadores defendem que a recente desaceleração da inflação no País permite ao BC ficar menos atuante no câmbio. “Uma alta do dólar pode ser positiva para a Bolsa e para a economia no cenário atual porque, nas últimas semanas, temos visto uma coleta de inflação mais otimista, com desaceleração no aumento dos preços.

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