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Só
há uma coisa mais aborrecida do que aquela abertura chinfrim da Copa:
discutir o futebol a partir de posições partidárias. Eta, gente chata! E
deslocada: em geral, não sabe quem é a bola e acha que impedimento é
depor o Collor. A última discussão imbecil é a da compra da Copa: como
muita gente acha que o pênalti em Fred não foi pênalti (este colunista,
em minoria, acha que foi), surgiu a lenda de que a Copa foi comprada
para reeleger Dilma. Coisa de quem não entende de política: o Brasil
perdeu a Copa de 98 e Fernando Henrique se reelegeu, o Brasil ganhou
2002 e o candidato de Fernando Henrique perdeu. E não entende de
futebol: se esta Copa é comprada, e as outras? Digamos, a de 86, com o
gol de mão de Maradona contra a Inglaterra - e a Argentina bicampeã do
mundo?
Como a de 1962, vencida pela indiscutível Seleção de Gilmar, Djalma
Santos e Mauro; Zito, Zózimo e Nílton Santos; Garrincha, Didi, Vavá,
Pelé (Amarildo) e Zagalo. Contra a Espanha (sem Pelé, com distensão
muscular), o Brasil perdia por 1x0, gol de Rodríguez. O ponta-direita
Collar foi derrubado na área por Nílton Santos - que, malandro, saiu da
área. O juiz chileno Sérgio Bustamante deu falta, não pênalti. Na
cobrança, Puskas marcou de bicicleta. O juiz anulou, por jogo perigoso. O
Brasil virou o jogo com dois gols de Amarildo, substituto de Pelé. Na
semifinal, Garrincha, o maior jogador da Copa, foi expulso. Seria
suspenso - mas o juiz uruguaio Esteban Marino sumiu sem apresentar seu
relatório. Garrincha pôde jogar contra os tchecos. Brasil, 3x1,
bicampeão do mundo.
Eu concordo.
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