Os impostos pagos pela Fifa sobre a venda de ingressos
Miguel do Rosário
Benjamin Franklin, famoso pensador político norte-americano, cunhou uma frase célebre:
Neste mundo nada é certo, com exceção da morte e dos impostos.
A frase também vale para a Fifa.
Com
a venda de ingressos esgotada para quase todos os jogos da Copa,
imagino que valha a pena insistir num ponto no qual ainda persiste certa
desinformação.
A receita gerada pela venda dos ingressos não é isenta de impostos.
As isenções fiscais permitidas pela Lei nº 12.350,
de 20 de dezembro de 2010, decretada pelo Congresso Nacional, que valem
para Fifa e seus associados, referem-se à importação de material e
equipamentos esportivos usados nos jogos, além de todos os serviços
relativos à organização (contratação, hospedagem e despesas com
árbitros, por exemplo).
Entretanto, a venda de ingressos não entra nessa conta. Isso está bem claro na lei, nos seguintes capítulos.
§
3º A isenção de que tratam as alíneas b e c do inciso II do caput não
alcança as receitas da venda de ingressos e de pacotes de hospedagem,
observado o disposto no art. 16.
§ 3º A isenção de que tratam as alíneas b e c do inciso II do caput:
I – não alcança as receitas da venda de ingressos e de pacotes de hospedagem, observado o disposto no art. 16;
A própria Fifa já deixou bem claro, em nota publicada em seu site, que pagará os impostos referentes à venda de ingressos:
A
isenção final dada pelo país-sede à FIFA, no final das contas, nunca é
geral e irrestrita. Como exemplo podemos mencionar a cobrança de
impostos sobre as vendas de ingressos no Brasil.
Há
algumas semanas, circulou uma estimativa de que a Fifa e as empresas
investidoras na Copa deverão pagar R$ 16 bilhões em impostos ao Brasil.
Uma parte disso será com a venda de ingressos. A informação tinha origem
na própria Fifa,
que também observou que esses impostos superam o total investido, com
financiamento público e privado, na construção dos estádios. Ainda
esperamos informação atualizada do governo brasileiro referente a esse
valor.
Um estudo da Ernst & Young,
em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, estima que a receita
agregada à economia brasileira, de 2010 a 2014, com a realização da
Copa, deve ficar em mais de R$ 142 bilhões.
Já
circulam algumas estimativas do que a Copa poderá acrescentar à
economia nos próximos anos. Em turismo, a estimativa da FGV para o
aumento da chegada de turistas internacionais, ao longo dos próximos
anos, é esta:
Outras curiosidades
A
Fifa reserva um ingresso “popular” nos estádios, disponível apenas para
brasileiros. É a categoria 4, para a qual se disponibilizou 400 mil
ingressos, a preços de até R$ 30 na primeira fase dos jogos (ver tabela
no início do post).
Entretanto,
como se poderá ver nos gráficos abaixo, o espaço “popular” ocupa uma
área relativamente pequena dos estádios, e esses 400 mil ficam
“abafados” pelos mais de 3 milhões de ingressos vendidos.
Mais informações sobre os ingressos na Copa, que eu retirei do site da Fifa e do Ministério do Esporte:
Lista dos países que mais compraram ingressos para o Mundial.
1. Brasil – 1.395.886 ingressos
2. Estados Unidos – 198.208
3. Argentina – 61.477
4. Alemanha – 58.983
5. Inglaterra – 58.105
6. Colômbia – 55.497
7. Austrália – 52.313
8. Chile – 39.458
9. França – 35.052
10. México – 34.353
11. Canadá – 29.522
12. Japão – 22.759
13. Suíça – 17.815
14. Holanda – 16.037
15. Uruguai – 15.893
16. Espanha – 13.677
17. Israel – 11.937
18. Equador – 11.626
19. Rússia – 10.762
20. Itália – 10.064
2. Estados Unidos – 198.208
3. Argentina – 61.477
4. Alemanha – 58.983
5. Inglaterra – 58.105
6. Colômbia – 55.497
7. Austrália – 52.313
8. Chile – 39.458
9. França – 35.052
10. México – 34.353
11. Canadá – 29.522
12. Japão – 22.759
13. Suíça – 17.815
14. Holanda – 16.037
15. Uruguai – 15.893
16. Espanha – 13.677
17. Israel – 11.937
18. Equador – 11.626
19. Rússia – 10.762
20. Itália – 10.064
Perfil dos ingressos, por tipo:
Capacidade de público de cada estádio.
Divisão dos tipos de ingressos, no estádio padrão da Copa:
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