Ministério do Trabalho
autua Metrô por demissão de 42 trabalhadores durante greve
Valor da multa é de cerca de R$ 8 mil. Para auditor
fiscal do trabalho, dispensas foram abusivas e motivos alegados pelo Metrô,
‘genéricos’
por Leonardo
Guandelin - O Globo
SÃO PAULO
— A Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo autuou, nesta
sexta-feira, a Companhia do Metropolitano (Metrô) pela demissão considerada
abusiva de 42 metroviários na segunda-feira durante a greve da categoria. O
valor da autuação é de cerca de R$ 8 mil e ainda cabe recurso. Para o auditor
fiscal do trabalho Renato Bignami, o motivo alegado pelo Metrô nas dispensas
dos metroviários, justa causa, foi “genérico”.
— Eles
apenas alegaram, não comprovaram essa justa causa. Embasaram as demissões num
artigo do Código Penal, de forma bastante genérica. O que mais chama a atenção
é
No início
da semana, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que as demissões não
foram por conta da greve, mas sim por depredação, vandalismo e invasão de
estações.
— A
empresa (Metrô) já tinha uma decisão judicial a seu favor. Ela precisava, sim,
provocar o Judiciário para que cumprisse a decisão — acrescenta o auditor.
No
domingo passado, em meio à paralisação dos metroviários por melhores salários,
o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou reajuste de 8,7% para a
categoria. A Justiça do Trabalho também considerou, na ocasião, a greve abusiva
e estipulou aumento da multa de R$ 100 mil para R$ 500 mil por dia caso a frota
não fosse de 100% nos horários de pico.
O Metrô
diz que as demissões não têm relação com a greve, e aconteceram “pelas atitutes
abusivas adotadas durante a paralisação” pelos funcionários.
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