Insatisfeita com PSB, Marília Arraes retira pré-candidatura a deputada federal
Com informações da repórter Marcela BalbinoA vereadora do Recife Marília Arraes (PSB) anunciou, na manhã desta sexta-feira (6), a retirada da sua pré-candidatura a deputada federal pela Frente Popular. O motivo, de acordo com carta lida em coletiva de imprensa convocada pela socialista que é prima do presidenciável Eduardo Campos (PSB), é a insatisfação com o processo de escolha dos candidatos pelo partido. “Hoje em dia, o PSB está formando chapa mais por razões eleitorais que por convicção ideológica”, disse.
Marília Arraes já dava sinais de desgaste com os socialistas. Esta semana, a neta de Miguel Arraes, divulgou carta aberta contra a nomeação do filho de Eduardo Campos, João Campos, para assumir a presidência da Juventude do PSB em Pernambuco. O texto, enviado ao Blog de Jamildo e publicado no Facebook, reclamava que a escolha não teria seguido processo democrático. Antes de iniciar as declarações sobre a sua saída da disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados, afirmou: “Não existe briga de família. É uma relação política”.
A principal justificativa para a retirada da pré-candidatura, decisão divulgada após essa polêmica envolvendo a JSB, foi de que as decisões sobre o partido estariam sendo impostas pela cúpula, formada pelo primo presidenciável. Marília afirma que não foi ouvida para a formação da chapa para as eleições de outubro em Pernambuco. “Paulo Câmara (pré-candidato a governador pela Frente), pessoalmente, é uma pessoa ótima, mas a gente não participou desse processo (de escolha)”, afirmou.
A provável candidatura de Jarbas Vasconcelos (PMDB) a deputado federal, mesmo cargo pleiteado por Marília, foi outro motivo da sua desistência. “Eu não vou ajudar”, explicou, já que os votos da socialista poderiam ser distribuídos para o antigo adversário político do partido na divisão proporcional dos resultados nas urnas. Antes rivais, Eduardo Campos e Jarbas converteram-se em aliados em 2012.
A vereadora foi secretária municipal de Juventude e Qualificação Profissional, cargo que deixou este ano para cuidar da campanha para a Câmara. Segundo o texto lido por ela na coletiva de imprensa desta sexta-feira, enquanto cuidava da pasta, havia percebido que o partido pensava no “poder pelo poder”. Embora afirme que as decisões têm sido verticais, Marília não confirma se Eduardo Campos é o responsável pelas escolhas do PSB e, questionada sobre a relação dessas denúncias de imposições à “nova política” defendida pelo primo, disse que a resposta está na carta apresentada esta manhã.
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