Dilma e Merkel falam sobre acordo entre Mercosul e Europa
Apesar de visões diferentes sobre o remédio para a crise econômica mundial, as duas chefes de governo se aproximaram recentemente, especialmente depois do escândalo da National Security Agency, em que tanto Dilma quanto Merkel foram espionadas pelos americanos. À época, os dois governos trabalharam juntos para aprovar nas Nações Unidas uma resolução sobre privacidade na Internet. Alemanha e Brasil também se uniram para tentar mudar a governança global da rede. O encontro, apesar de rápido, deverá ser o início da preparação de uma visita oficial de Merkel no ano que vem para a assinatura de uma série de acordos de facilitação de comércio e intercâmbio de tecnologia.
O tema central na mesa, no entanto, foi o comércio global e, especialmente, entre os dois países e Mercosul e União Europeia. A Alemanha é o principal parceiro comercial do Brasil na Europa e o quarto no mundo. O fluxo comercial entre os dois países chegou a US$ 21,7 bilhões no ano passado e a intenção é continuar aumentando. Um dos assuntos entre as chefes de governo foi também a criação de um mecanismo de consultas intergovernamentais para destravar mais rapidamente pontos que atrapalham o comércio.
Outro ponto foi a possibilidade do acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul. A primeira troca de ofertas deveria ter acontecido em janeiro, mas foi adiada a pedido da UE. Desde então, não foi adiante e muito por culpa do Mercosul. Apesar da pressão brasileira e das promessas de que o bloco estaria pronto este mês, a oferta comum não foi para frente, amarrada pelas dificuldades da Argentina em melhorar sua proposta.
Merkel ficaria menos de dois dias no Brasil. Chegou no final da tarde em Brasília, onde teve um encontro privado com empresários e outro com jovens brasileiros que participam de um programa de bolsas de estudo do governo alemão. À noite, jantaria com a presidente no Palácio do Alvorada e no final da noite iria para Salvador, onde dorme.
A chanceler alemã tem hoje dois compromissos na capital baiana. O primeiro, uma visita ao projeto “Futebol para o Desenvolvimento, patrocinado pela agência de cooperação e desenvolvimento alemã. Depois, assistir a partida entre Alemanha e Portugal.
Merkel foi convidada por Dilma, em março deste ano, a assistir a um dos jogos da seleção alemã na Copa do Mundo, durante um telefonema entre as duas chefes de Estado. A chanceler alemã confirmou que viria ao País e escolheu o jogo inicial nesta segunda-feira, 16, em Salvador, contra Portugal. Dilma considerou acompanhar Merkel mas, mesmo antes dos xingamentos na abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, decidiu se manter longe dos estádios o máximo possível para evitar uma exposição negativa. AE
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