Próximo
a completar um ano da compra da Usina Manoel Costa Filho, pelo governo
estadual, no dia 7 de junho - pelo valor de R$ 15,4 milhões -, nada
funciona na maior unidade industrial sucroalcooleira do Estado, na
cidade de Barbalha (distante 553 km de Fortaleza). A única atividade
vista no local é uma plantação de bananas, no entorno da usina, em vez
de cana-de-açúcar, que é a matéria-prima do açúcar e do etanol, ou seja,
uma cultura bem diversa daquela que era para, ali, ser plantada.
As
informações são da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) -
entidade de classe que representa o interesse dos plantadores de cana -,
que participou ativamente do processo de aquisição da usina pelo
governo, no ano passado, com o objetivo de retomar rapidamente o
respectivo funcionamento. Para o presidente da Unida, Alexandre Andrade
Lima, o leilão foi a melhor opção para o Estado, pois evitou que o
passivo da usina fosse passado para o governo com a compra da usina,
porque a venda judicial ocorreu via Justiça do Trabalho. “Se o governo
estadual comprasse diretamente aos antigos donos da unidade industrial,
ou a arrendasse, assumiria, automaticamente, um débito de mais de R$ 180
milhões”, lembra o dirigente canavieiro. A usina foi adquirida por R$
15 milhões, no leilão na Justiça do Trabalho.
RETOMADA
Diante
da situação, o líder da Unida destaca que a etapa inicial foi bem
sucedida com a aquisição da unidade industrial, faltando só a conclusão
do processo para a efetiva retomada do funcionamento da Usina Manoel
Costa Filho. O dirigente defende a proposta de que a unidade industrial
seja repassada para uma cooperativa de produtores de cana da região do
Cariri, que realizariam o plantio, colheita e beneficiamento da cana,
gerando emprego e renda para centenas de moradores daquela região.
No
local, houve uma expressiva quantidade de canavieiros, mas, muitos
estavam trabalhando através de um modelo ultrapassado de produção de
rapaduras. De acordo com o presidente da entidade, já funcionaram mais
de 400 engenhos na região. Apenas seis estão em operação, atualmente,
mostrando a decadência desse tipo atividade. A produção de rapadura já
acabou há muitos anos nas outras regiões produtoras do Nordeste. “Eis a
fundamental relevância social e econômica da retomada do funcionamento
da Usina Manoel Costa Filho para os produtores de cana e o povo cearense
do Cariri”, enfatizou Lima.
De
acordo com Reginaldo Lobo, o diretor de Agronegócio da Agência de
Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), o retorno das atividades
daquela unidade industrial está dependendo de uma decisão que deverá ser
tomada entre o poder público e os agricultores daquela região do
Estado. “A Assembleia Legislativa está organizando uma audiência
pública, a ser realizada no município de Barbalha, para que o destino da
Usina Manoel Costa Filho seja discutido, juntamente aos setores
interessados. A Adece estuda diversas possibilidades para o local, mas
só gostaria de adiantar os detalhes durante referida audiência”,
salientou.
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