''Não conseguirão destruir o movimento'', diz Sininho, que se diz ''libertária''
- Severino Silva/Agência O Dia/Estadão ConteúdoSininho se classifica como ''libertária''
Elisa foi presa na véspera da final da Copa do Mundo e ficou 13 dias em uma cela da penitenciária de Bangu, na zona oeste carioca, até ser beneficiada por habeas-corpus, na quinta-feira (24).
Perguntada pelo Estado sobre a acusação de ser uma das lideranças da Frente Independente Popular (FIP), ela afirma: "Historicamente, o Estado, o poder, precisa criar um líder para matar e criminalizar o movimento. É isso o que estão fazendo. E vão fazer com todos. Vão destruir as identidades através da mídia, para depois justificar prisão, tortura e assassinato. Eles precisam disso. Mas o movimento é espontâneo, não aceita esse tipo de coisa. Não adianta tentar criar o que não existe."
"Vão fazer 5.000, 20 mil páginas de abobrinhas, de história surrealista. Porque não existe, são 23 pessoas que mal se conhecem. Nunca falei com a maioria dessas pessoas. Que líder é esse que não fala com os seus? Não existe liderança."
Orientada pelo advogado Marino D'Icarahy, Elisa não comentou trechos do inquérito policial, como o depoimento de uma testemunha que a acusa de ter incitado manifestantes a incendiar o prédio da Câmara de Vereadores do Rio --o suposto plano teria sido abortado por outros militantes.
Ela não se diz anarquista, mas "libertária". "A polícia não sabe o que é anarquismo. Dentro de um movimento espontâneo, de massa, que a gente está vivendo no Brasil, existem várias linhas de pensamento político diferentes, e cada um atua da forma que acredita. É isso o que faz (o movimento) ser horizontal. Tem anarquista, tem comunista, tem socialista e tem até capitalista no meio desse povo querendo destruir o sistema, como eu não sei. Eu sou uma libertária."
Elisa afirmou ter presenciado "torturas psicológicas" e ter sido impedida por agentes penitenciárias de cantar palavras de ordem e músicas de Chico Buarque e Geraldo Vandré, entre outras, no período em que ficou presa em Bangu. "Elas falavam: canta hino de louvor ou pagode. Você ali é refém, aí não canta."
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