17a Vara é culpada por ausência de réus
De acordo com o TJ, o desembargador Gerardo Brígido, chegou a esta conclusão, pois a 17ª não atuou como deveria e descumpriu o convênio celebrado no dia 19 de dezembro de 2012 entre o Tribunal e a Sejus, que prevê que a Central é o canal responsável pelas informações de Justiça relacionadas à localização de réus e à requisição dos presos para os julgamentos.
PORTARIA
A apuração do TJ concluiu, ainda, que a Vara não seguiu a Portaria nº 58/2013 da diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua, que estabelece regras conforme as diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre cumprimento de alvarás de soltura e sobre a movimentação de presos no sistema carcerário.
A portaria determina que “as comunicações dos atos processuais ao indiciado, réu ou apenado preso [...] serão realizadas por oficial de justiça no estabelecimento onde se encontra custodiado, dispensada a requisição para a formalização de tais atos em juízo”. Em seu Art. 3º, a norma prever ainda que “os ofícios requisitórios para comparecimento em audiência deverão ser encaminhados pelas Secretarias de Vara da área criminal à Ciaac com antecedência mínima de cinco dias úteis da data da realização da audiência”.
De acordo com o TJ-CE, a portaria considera também a necessidade de concentração de esforços para melhorar a eficiência, eficácia e segurança das informações intercambiadas entre órgãos públicos na área criminal. A Ciaac, segundo a Tribunal, funciona no Fórum Clóvis Beviláqua, e a coordenação dos trabalhos está sob a responsabilidade de servidor efetivo do TJ-CE.
IMPASSE
A conclusão do impasse ratifica o que a Sejus já havia exposto, através de nota, quarta-feira (6), quando o órgão garantiu que a 17ª Vara “não utiliza a Central, por motivos alheios à administração prisional”. Na nota emitida pela Secretaria, a pasta reforçou ainda que o percentual de presos provisórios no Ceará é bem superior à média nacional. Além de assegurar que grande parte destes internos já possui excesso de prazo para formação da culpa, “não sendo competência da administração prisional a agilidade na análise destes processos”.
Conforme a denúncia feita pela 17ª Vara que gerou a apuração dos fatos, os réus que deveriam ter sido apresentados às audiências são acusados de roubo e formação de quadrilha, além de outros crimes. Das 15 audiências, nove envolvem processos de presos que estão na CPPL IV, dois na CPPL II, dois na CPPL de Caucaia e um na CPPL III.
THATIANY NASCIMENTO
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