Mais um hospital fecha as portas


Hospital Manuel de Abreu fecha as portas
A diretoria do Hospital Regional Manuel de Abreu, localizado na cidade do Crato, município a cerca de 570 quilômetros de Fortaleza, confirmou, na manhã de ontem, que a unidade fechou mesmo as portas. Desde sábado, o hospital não recebia mais pacientes e, ontem, nenhum enfermo se encontrava mais internado naquela unidade.
Ontem pela manhã, a reportagem esteve na unidade hospitalar para confirmar a informação, e o que foi constatado era que apenas a equipe da tesouraria estava trabalhando na preparação dos documentos para realizar a demissão dos poucos funcionários que ali trabalhavam. Em consequência da falta de verbas, a unidade já havia reduzido o numero de atendimentos e vinha sendo mantido graças aos atenciosos esforços dos sócios-mantedores.
Capacidade
O hospital disponibilizava de 43 leitos, sendo 23 deles destinados a pacientes do sexo feminino e 20 na ala masculina. Todavia, a capacidade de atendimento era bem maior, chegando a ultrapassar os 100 leitos. A estrutura física do hospital era composta de quatro enfermarias, duas salas de cirurgias, cinco consultórios, ambulatórios e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas todos já se encontravam desativados. A localização do Manuel de Abreu é próxima ao bairro mais populoso do Crato, o Seminário.
Prejuízo
Por várias décadas, o Hospital Regional Manuel de Abreu foi o único equipamento de saúde disponível para mais 50 mil moradores dos bairros Batateiras, Vila Alta e Seminário, além de atender à demanda de pacientes de vários municípios da região do Cariri, e estados circunvizinhos como os estados de Pernambuco e Piauí. Dezenas de pacientes que procuraram atendimento tiveram de voltar para casa.
O vendedor Antônio Miguel de Oliveira disse que o fechamento do hospital Manoel de Abreu está refletindo negativamente em toda a região do Cariri. “Não sabemos como ficará a nossa situação, principalmente nós que somos pobres e dependemos deste hospital”, lamentou o vendedor. “Imagina, agora, como é que não ficaremos tendo que ser atendidos em outros hospitais superlotados e sem a mínima estrutura para nos receber. Fomos tomados de surpresa com esta notícia e isto nós causa muita indignação”, reclama Antônio de Oliveira.
Já o radialista Moises Rolim opina que, de fato, “perdemos uma grande unidade hospitalar, que servia a uma população de 15 mil habitantes somente no município do Crato”, diz. Ele lembra o fechamento recente do hospital infantil Monsenhor Pedro Rocha. (com informações de Amaury Alencar).

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