Não acreditamos que mexicanos agressores sejam soltos tão cedo.



Mexicanos acusados de agressão a advogados durante a Copa ainda estão presos no Ceará

Os turistas estão presos há mais de um mês; promotor da 2ª Vara Criminal diz não haver “nenhum motivo” para que sejam soltos


Caso ocorreu no dia 29 de junho, em Fortaleza (FOTO: Divulgação)
Caso ocorreu no dia 29 de junho, em Fortaleza (FOTO: Divulgação)
Os quatro mexicanos acusados de agredir dois advogados cearenses continuam presos no Ceará. O caso aconteceu poucas horas após a eliminação do México da Copa do Mundo, em derrota de virada para a Holanda por 2 a 1, na Arena Castelão. Eles, que estão presos no Instituto Penal Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba, têm menos de dez dias para apresentar a defesa.
Mateo Codinas Velten, Rafael Miguel Medina Pederzini, Sérgio Israel Eguren Cornejo e Angel Rimak Eguren Cornejoque são acusados de agredir os advogados na Avenida Monsenhor Tabosa, na Praia de Iracema, há mais de um mês. Eles respondem por lesão corporal grave, leve e constrangimento ilegal, violando os artigos 129, 146 e 69 do Código Penal Brasileiro.
No dia 29 de junho, os mexicanos estavam em um táxi, quando um deles tocou as nádegas de uma mulher que aguardava para atravessar a avenida. Ela estava acompanhada do marido e de outro casal. Depois do ocorrido, os mexicanos e os dois advogados cearenses entraram em conflito, deixando um dos brasileiros ferido e desacordado. Após a confusão, os mexicanos foram impedidos de fugir, por pessoas que estavam no local. Eles foram capturados pela Polícia Federal e encaminhados para a Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur), na Praia de Iracema.
Manutenção da prisão
Ao tentar proteger a esposa, cearense foi agredido e ficou desacordado (FOTO: Reprodução/Twitter)
Ao tentar proteger a esposa, cearense foi agredido e ficou desacordado (FOTO: Reprodução/Twitter)
De acordo com o promotor de Justiça da 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Fortaleza, Pedro Olímpio Monteiro, os mexicanos foram citados na semana passada. Agora, eles têm menos de 10 dias para apresentar sua defesa. Pedro Olímpio é contra a liberdade do grupo, e sustenta a manutenção da prisão dos denunciados, porque, segundo disse, a liberdade dos estrangeiros poderia causar graves prejuízos ao processo. “Não há nenhum motivo para que sejam soltos. Deve ser marcada audiência para que todas as partes sejam ouvidas, mas ainda não existe data”, completa.
Ele assegurou que as ilicitudes praticadas pelos mexicanos, além de terem causado lesões graves nos advogados David de Queiroz Chaves Maximiano Leite Barbosa Filho e Maximiano Leite Barbosa Filho, atingiram também a vítima Lorna Manuella Bezerra Chaves.
O advogado das vítimas, Daniel Maia, afirmou que as imagens das câmeras de circuito interno dos estabelecimentos comerciais localizados na avenida e as testemunhas apontam os quatro mexicanos como autores do crime. Segundo disse, a defesa está pronta para pedir a condenação do grupo.
Liberdade provisória negada No último dia 3 de julho, o pedido de liberdade provisória aos mexicanos foi negado pela 2ª Vara Criminal do Fórum Clóvis Beviláqua. A defesa dos acusados apresentou pedido de relaxamento de prisão ou liberdade provisória e alegou que os estrangeiros têm condições pessoais extremamente favoráveis. A defesa alegou ainda que a liberdade deles não agride a ordem pública e que a prisão dos mexicanos “tem caráter de exemplaridade e de satisfação à sociedade”.
Ao julgar o caso, conforme o Tribunal de Justiça, o juiz Antônio José de Norões Ramos constatou, pelos depoimentos de testemunhas e vítimas, que caso os mexicanos tivessem conseguido se desvencilhar da detenção (já que após a agressão a população os prendeu) os indiciados, “pela condição de estrangeiros sem vínculos com o Brasil, por questão de horas poderiam ter deixado o território nacional, restando, assim, definitivamente imunes de qualquer responsabilização civil ou criminal”.

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