Wagner: quem é Aécio
para falar em Ética ?
Aécio nunca foi chegado ao trabalho !
João Pedro Pitombo, na Fel-lha (do ABC do C Af) entrevistou Jacques Wagner, aquele que o Globope e o Datafalha disseram que ia perder a eleição na Bahia (quá, quá, quá !):
(…)
Não reconheço em Aécio Neves alguém
que possa dar aula de ética. O povo sabe que tem santo e diabo em todos
os partidos. No meu e nos outros. Ninguém ganha eleição dizendo “sou
honesto”. Até porque ninguém acredita.
Essa palhaçada só acaba quando houver financiamento público de campanha. O grande erro do PT foi não ter tido mais pulso para fazer a reforma política, porque ou destrói a máquina eleitoral do jeito que está hoje ou todo mundo vai para o ralo.
Mudar essa máquina passa por coincidência de eleição, fim da reeleição, fim da barganha do tempo de TV.
E não vejo o Aécio propor [sobre
reforma política], a única coisa que fala é sobre fim da reeleição, para
atender a pedido do [governador de SP, Geraldo] Alckmin. No fundo, não é
um interesse nobre.
(…)
é um segmento da imprensa, mais
firmado em São Paulo, que cria um caldo de cultura antipetista. É uma
destilaria de ódio. Querer qualificar a votação é um outro besteirol,
dizer que só gente mal informada vota no PT.
Um título verdadeiro ao
ex-presidente Lula é o de grande conciliador nacional. Ao contrário do
que Aécio mente na TV, quem sempre dividiu o Brasil entre ricos e pobres
foi o PSDB, que nunca trabalhou na permeabilidade social. Pobre não tem
raiva de rico, pobre tem raiva da exclusão. E nós incluímos 40 milhões.
(…)
Considero Dilma muito mais
qualificada, trabalhadora e determinada do que Aécio. Mas não é só isso.
São projetos políticos diferentes. Falam do PT, mas se esquecem que FHC
ganhou a reeleição mentindo para o país.
Como o senhor viu o apoio do PSB à candidatura de Aécio Neves?
Não foi generalizado. Pessoalmente, acho que está muito ainda no emocional. E acho que Pernambuco, como era berço de Eduardo, fez esse movimento.
Como governador nordestino, acho um
equívoco. Não me consta que nos oito anos do PSDB Pernambuco tenha dado
um grande salto. O PSDB trabalhou contra a ida da Fiat para lá. As
questões regionais pesam. Por isso, pode não ser bom ter um governo
conduzido por uma matriz paulista e mineira.
O PT atacou fortemente Marina no primeiro turno. Foi um erro?
Marina é uma mulher do bem, que se move na política por ideais, não por mesquinharia. Acho que o tom não devia ser esse. Critico o tom porque não é por aí que você ganha uma eleição. O povo não gosta disso.
Considera que Aécio também se move por ideais?
A trajetória de Marina é diferente da de Aécio. Ele é herdeiro, não construiu uma caminhada. Tudo o que faz é esse antipetismo. Além disso, mente muito sobre Minas. Admiro muito o senador [eleito e ex-governador Antonio] Anastasia [PSDB]. Esse sim governou Minas, governou por 12 anos.
Se você olhar para a eleição
mineira, você desnuda Aécio. O povo mineiro não é bobo. Elegeu disparado
Anastasia pelo que é, um homem direito e trabalhador. Ao não reconhecer
isso em Aécio, o povo não acompanhou sua indicação para o governo.
Quem pensou em choque de gestão não
foi Aécio. Estava no Rio passeando. Para sentar na cadeira de
presidente tem que trabalhar muito. E ele não tem muito apreço pelo
trabalho.
O senhor vê uma mudança na correlação interna de forças do PT?
Não. O partido tem que ser pensado nacionalmente. Quando a gente está frágil em São Paulo, é ruim para nós. Não dá para ficar dependente de um único Estado ou região. Aqui [Bahia], colhemos o que plantamos e, em São Paulo, eles precisam saber porque não colheram.
São Paulo continua tendo sua
importância, mas é óbvio que onde a gente teve desempenho eleitoral
melhor, as pessoas olham para mim e para [o governador eleito de Minas
Gerais Fernando] Pimentel como vitoriosos no PT. Acho que cada eleição
dessas serve para o PT se repensar nacionalmente.
(…)
Acha que o ex-presidente deve encarar uma nova eleição?
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