Para frente ou para trás? Você decide

Nunca foram tão claras, desde os idos tenebrosos da ditadura militar, devedora de centenas de mortos e cadáveres ocultos, as diferenças entre os caminhos almejados para o Brasil nestas eleições presidenciais. 

À margem da avaliação de cada candidato, impõe-se o pleno conhecimento dos desdobramentos das eleições presidenciais deste ano. Não carece usar lupa, nem mesmo óculos de grau: de um lado estão os que querem mudanças que beneficiem o povo brasileiro e assegurem maior poder decisório a todos, contestando o modelo político de operadores profissionais, em que uma inescrupulosa maioria parlamentar age exclusivamente no seu interesse pecuniário: de outro lado estão os que querem se aproveitar do sentimento de mudança para promover o retrocesso aos tempos do salário mínimo de menos de 100 dólares (menos de R$ 250,00), das escolas superiores fechadas aos que não fossem das elites privilegiadas, preservando a qualquer custo a pirâmide social de castas.

O retrocesso apregoado sob o manto do neoliberalismo a gente sabe como começa, mas não tem como imaginar seus desdobramentos.

Ainda está na memória dos brasileiros a enorme frustração do governo de Fernando Collor, "o caçador de marajás", que levou o povo ao desespero com o confisco de seus depósitos bancários, da poupança e dos investimentos.  Essa receita não é muito diferente da ministrada hoje pelas correntes conservadoras, tendo à frente Armínio Fraga, já apontado como ministro da Fazenda de Aécio Neves, cujos vínculos com a especulação internacional se sustentam, inclusive, em sua dupla nacionalidade: em um novo fracasso, ser-lhe-á fácil pegar o jatinho particular e retornar aos Estados Unidos, cuja cidadania desfruta.

Para o seu entendimento isento, apenas como patriota e democrata, publicamos aqui dois documentos: o manifesto dos intelectuais e artistas e a posição oficial do Clube Militar, cidadela assumida dos nostálgicos da ditadura que não queremos admitir nunca mais.

Deixo a ser encargo a decisão. Só peço que se liberte dos seus ressentimentos pessoais, de sua dependência tétrica de um atavismo plasmado na sociedade dos demasiadamente desiguais, sociedade que se tornou anacrônica com a disseminação da informação e das tentações consumistas. Insistir em manter o abismo social selvagem torna infrutífera qualquer medida de Estado, seja no campo da segurança, seja no incentivo ao crescimento econômico: neste caso, lembre-se que não há crescimento sem mão de obra qualificada e remunerada dignamente, sem garantia de acesso a todos ao pleno conhecimento.
 
Do blog do Pedro Porfírio

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