É estratégia, mas...
É assim que pensa o Brickman - O deputado Jair Bolsonaro, do PP fluminense, certamente tem uma enorme
quantidade de defeitos. Mas burro não é. Aquele saco de besteiras que
disse à ministra Maria do Rosário, do PT gaúcho, a respeito de estupro, e
que eventualmente pode até custar-lhe o mandato, não foi uma frase
infeliz, nem algo que lhe tenha escapado: ele mediu cuidadosamente o que
diria, para obter a máxima repercussão possível.
A carreira de Bolsonaro, neste momento, mostra sinais de estagnação:
reelege-se deputado federal, mas quer mais, e para cima seu caminho está
bloqueado. Ao atacar a ministra, procura colocar-se como líder
oposicionista. Não da oposição que segue Aécio ou Marina (e que, na
Inglaterra, seria chamada de Leal Oposição de Sua Majestade, exatamente
por fazer parte da normalidade institucional); mas da oposição que prega
a derrubada da presidente.
Já que não há generais que assumam o papel, ele se dispõe a liderar os radicais.
Para a Câmara, é uma definição de seu papel político. Punir Bolsonaro
pode custar votos aos parlamentares mais próximos dos grupos radicais.
Mas deixar pra lá é colaborar com a estratégia do deputado: sempre que
quiser holofotes, soltará uma frase inaceitável e manterá seu nome em
evidência. O caminho talvez seja afastá-lo sem permitir que vire vítima.
E o problema é como fazer isso.
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