Pago a cobrança feita pelo querido Príncipe do Icó, Fabrício Moreira, que vive de falar de mal desse pobre escriba que deveria contar suas histórias em livro etc.etc.etc. e coisa e loisa e tal. E tenho feito isso, não em livro, mas aqui, com a parcimônia que a humildade de saber-me imberbe na escrita de coisas que valham a pena ficar pra história. Agorinha mesmo, sabendo da morte de Marcos Nunes, um dos caras mais criativos que ví na televisão brasileira, responsável pela minha ida pro Sistema Globo de Televisão, lembrei...
Havia uma briga dos diabos em Sobral. O Prefeito José Euclides, durante anos tentou desalojar um incômodo inquilino da Prefeitura, o arrendatário do Hotel Municipal. Um portugues se aboletou do hotel e não havia jeito de tira-lo de lá. Não adiantava justiça, ordem judicial, oficial de justiça, nada despregava o homem do Hotel. Zé Euclides sofreu com isso, porque queria incrementar a hospedaria e como não era chegado a bravatas nem a violência, acabou ficando quieto.
Um belo dia, na redação do Canal 10, a TV Verdes Mares, toca o telefone do correspondente em Sobral. A pauta: Gente, virou uma loucura a coisa da confusão da Prefeitura com o Hotel Municipal. Na carreira o Marcos Nunes chama o repórter Nelson Faheina, o pau pra esse tipo de obra e só comunica; - Zé, vai a Sobral ver o que está havendo no Hotel Municipal. Leva o Macário que é de lá e pode ajudar na matéria.
Editando: Na porta do Hotel Municipal de Sobral, que hospedou gente ilustre, de Virgílio a Castelo Branco e tantos outros nomes da vida nacional, e internacional, havia pelo menos umas 5 toneladas de lixo, areia, restos de construção, o diabo. Na apuração a gente soube que o Prefeito Joaquim Barreto, uma figura de paz e um conhecido bonachão, não aguentou os atrevimentos do português e, pegando corda do primo dele, radialista e vereador Fernando Solon, pegou uns caminhões, uma pá carregadeira e uns homens e mandou jogar tudo aquilo na porta, na entrada do Hotel. Um caos. A cidade inteira estarrecida. Entrevistas, imagens, choro, ranger de dentes e a fala do prefeito fechando a matéria. - O que houve, Prefeito? Perguntou Faheina. E Joaquim, bonachão: - Ora, pedi, fui pra Justiça, o rapaz não atendeu então eu mandei jogar lixo nele.
Voltamos no mesmo pé que tínhamos ido porque Marcos Nunes cuspiu no chão: É pra ir e voltar na mesma pisada. Era medo dos bares entre Sobral e Fortaleza.
Off gravado, deixamos a Verdes Mares pros comentários do Bar do Peixoto, o pé sujo ali do lado da antiga LBA.
Na hora do Jornal Nacional, edição local lá vem a matéria do Faheina. Toda redondinha. E o gran finale. A fala do Joaquim Barreto repetida na edição primorosa do Marcos Nunes...
Lixo nele! Lixo nele! Lixo nele!
Entrou pra história..
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