Mesmo de licença, Cid Gomes deve ir à Câmara
A audiência estava marcada, inicialmente, para a quarta-feira passada, mas, no dia anterior, o ministro passou mal e foi internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com um quadro de “sinusite, traqueobronquite aguda e pneumopatia”. A reunião, de presença obrigatória, foi então reagendada para esta hoje. A convocação é uma resposta dos congressistas à fala do ministro sobre o fato de a Casa ter ampla maioria de deputados que “quanto pior melhor”. “Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”, disparou o ministro em agenda em Belém, no final de fevereiro.
Ontem, um despacho da presidente Dilma Rousseff publicado, no Diário Oficial da União, autorizou a extensão do afastamento do ministro até o dia 21. Nos bastidores, já circulava que, a pedido de Dilma, Cid enfrentaria os deputados federais como forma de tentar estancar a crise entre o Governo e o Congresso Nacional.
Na data, Eduardo Cunha chamou Cid Gomes de “agressivo e arrogante” e afirmou que, se ele estivesse realmente doente, teria a oportunidade de comparecer à Casa na próxima quarta-feira, referindo-se ao dia de amanhã, 18. Ele destacou que “a ausência de um ministro de Estado convocado na data determinada implica crime de responsabilidade”.
Aliado
“Cid é uma pessoa extremamente cumpridora dos seus deveres. Ele estará no plenário da Câmara Federal, com absoluta certeza, para se justificar sobre as declarações dadas contra os parlamentares”, acredita o deputado Adail Carneiro (PHS), acrescentando que o ministro saberá se justificar. O aliado de Cid, porém, não esconde que há uma insatisfação entre os deputados federais pela declaração, pois, segundo ele, a palavra usada é um termo pejorativo contra os parlamentares.
Interinamente
Durante o afastamento de Cid Gomes, o secretário-executivo do Ministério, Luiz Cláudio Costa, assume interinamente a pasta.
Convocações
As convocações de ministros são mais frequentes nas comissões temáticas da Câmara. No ano passado, por exemplo, foram convocados os ministros da Agricultura e de Minas e Energia para dar explicações nas comissões que tratam desses temas. O último ministro convocado para falar no Plenário da Câmara foi Antônio Cabrera, titular da pasta da Agricultura em 1991. Ele falou sobre os efeitos do Plano Collor 2 no setor rural.
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