Desesperança
é volume morto
Desde
quando eu era menino, e sempre fui dos que prestam atenção a tudo, aprendi com
meus tios que moravam entre a cidade e a Meruoca, os sinais de inverno, bom e
ruim e seca. As datas, os bichos, as casas de joão-de-barro, os
formigueiros...essas coisas que hoje dão o maior valor quando se juntam os
profetas de chuva. Né profeta coisa nenhuma, não. É a sabedoria da observação.
Então quando disserem que o inverno vai ser ruim porque a zona de convergência
intertropical e o ciclone da casa do carvalho e coisa e tal, olhe pro tempo,
espie pelas plantas, consulte um pé de jurema preta. No dezembro, dia 13, a
gente ponhava quatro pedras de sal na soleira da janela boca da noite e ia
olhar de manhã. Cada pedra representava um mês de inverno. Dependendo do
derretimento, da água em volta de cada pedra a gente sabia se naquele mês iria
chover bem ou não. E se fosse ruim havia mais um catatau de outras experiências
até a data de hoje, 19 de março, Dia de São José. Se chovesse hoje, mesmo que
pratrasmente houvesse sido desanimador, esperanças se acendiam e orações
ascendiam clamando aos céus por um inverno pra colheita familiar de feijão,
(debulhei muito milho e feijão à luz de lamparina na Meruoca), mandioca
etc.etc.. Assim, como hoje é Dia de São José e guardo na alma a memória das
sabedorias populares de cada coisa que vi ser feita e sempre dando certo, sei
que chove bem de dezembro pra cá, mas u’a chuvinha hoje bem que cairia bem. Meu
coração jamais será um Cantareira, um volume morto.
A
frase: “O importante não é ganhar...mas
fazer o outro perder”. Atualizando os adágios.
Conselheiro
(Nota da foto)
Piauiense,
formado na Salamanca de Clovis Beviláqua, em Fortaleza, o gente fina Marcus
Henrique Paranaguá acaba (última leva de promoções) de ser guindado a
Conselheiro, assumindo o posto de Coordenador Geral de Protocolo do Itamaraty.
Cuida do corpo diplomático e é meu amigo. Dois metros de bom caráter.
Haja água
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