Assembleia e Câmara aprovam moção de repúdio contra Cunha
Com
placar de vinte cinco votos contra oito e uma abstenção, os deputados
aprovaram ontem moção de repúdio contra o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), por expulsar parlamentares cearenses
do plenário. A ação ocorreu no último dia 18, quando o ex-ministro Cid
Gomes (Pros) esteve na Casa para esclarecer declarações contra os
deputados federais. Aprovação semelhante aconteceu na Câmara Municipal
de Fortaleza (Cmfor).O presidente da AL, deputado Zezinho Albuquerque (Pros), criticou a atitude de Cunha, classificando-a de “autoritária”. Segundo justificou, “não houve atitude agressiva de qualquer membro contra ninguém” para justificar a expulsão por parte do peemedebista. Para ele, houve desrespeito aos parlamentares cearenses. O deputado, assim como prefeitos e vereadores, era membro da comitiva cearense que acompanhava Cid.
Autor da proposta, o deputado Welligton Landim (Pros) classificou a atitude de “antidemocrática”, explicando que “na verdade, nós fomos expulsos inicialmente do plenário. O presidente abriu a sessão e já pediu que fossemos retirados”. “Houve grosseria com todos que ali estavam. Esse meu repúdio é pela falta de respeito”, disse, criticando a postura dos deputados federais do Ceará que nada fizeram diante da atitude de Cunha. “Estava ao lado do meu deputado, e ele não me defendeu”, pontuou. Tin Gomes (PHS) também criticou a postura dos parlamentares cearenses.
A crítica foi corroborada por outros deputados. Fernando Hugo (SD) solicitou que a moção fosse encaminhada a União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), para que tomem conhecimento sobre o desagravo “antiético” contra os parlamentares cearenses. Já o deputado Renato Roseno (Psol), além de se solidarizar, aproveitou a discussão para pedir que a AL venha a ser mais democrática. “Não só porque são parlamentares, mas ninguém deve ser tratado com força e violência”, disse.
Contrários
Os deputados de PMDB, Audic Mota, Dra. Silvana e Danniel Oliveira, correligionários de Cunha, comentaram que não seria “bom” para o Estado atrito entre o parlamento local e a Câmara Federal. Ely Aguiar (PSDC) seguiu a mesma linha. “Sou contrário, acho que não devemos alimentar essa briga. A gente se envolveu num requerimento em que um poder condena outro poder. Isso é um abacaxi que eles dois (Cunha e Cid) tratem de descascar. Não gostaria de ver este Parlamento entrando em atrito com outro poder. Vários projetos que tramitam naquela Casa são de interesse do Ceará. Qual é o objetivo dessa manifestação? O que ela acrescenta de positivo? O que ela traz de bom para o povo cearense?”, pontuou.
Informações
Já o deputado Capitão Wagner (PR) cobrou explicações acerca da presença de diversos secretários estaduais na comitiva que foi a Câmara dos Deputados em apoio a Cid. “Me preocupa o tamanho da comitiva, que foi tão grande que, nos carros, não couberam todo mundo”, alfinetou, em referência à foto que mostra Cid deixando a Câmara em um carro com quatro aliados no banco de trás. “É importante que todos esses tenham a oportunidade de dar satisfação à sociedade, pois deixaram de cumprir compromissos para prestar apoio”, disse.
Moção divide vereadores, mas é aprovada
Na Câmara Municipal de Fortaleza, a aprovação da moção de repúdio ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), provocou reações de apoio e de contestação e, por pouco, não foi rejeitada. Por nove votos contra oito, os vereadores de Fortaleza aprovaram a proposta de autoria do vereador Adail Junior (Pros).
Correligionários de Cunha contestaram a matéria. Caso da vereadora Magaly Marques (PMDB). Segundo ela, o peemedebista seguiu o Regimento Interno da Casa.
O presidente da Casa, vereador Salmito Filho (Pros), que também participou da comitiva, disse que Cunha cassou o direito de protestar dos parlamentares cearenses.
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