Projeto estimula a leitura na periferia
ANATÁLIA BATISTADa Redação do jornal O Estado(CE)
Despertar nas crianças o prazer de ler e adquirir novos conhecimentos. Esse foi o pontapé para que o professor de História João Teles tomasse a iniciativa de levar à leitura a seus alunos de periferia, carentes de biblioteca e sem contato com a literatura, através do projeto Confraria de Leitura. A motivação deu início há quase 19 anos quando lecionava na escola estadual Adahil Barreto, na Região Metropolitana, em Maracanaú. O professor sentia a necessidade de encorajar as crianças a sonhar, ter ideais e, principalmente, melhorar no rendimento escolar.
Desde então, o Confraria de Leitura está presente em cada escola por onde o professor trabalha. Além da leitura de livros, a iniciativa exercita a literatura de cordel, de jornais impressos e revistas, incentivando, ainda, a produção de programas para rádioescola, peças teatrais e musicais. Sobretudo, aponta o idealizador, há o interesse maior de firmar os aspectos regionais do Ceará e do Nordeste em cada atividade. “Acredito que o aluno lendo mais e melhor, tendo mais acesso a obras literárias, vai melhorar nas pesquisas, no entendimento de texto, na hora de falar e de elaborar o pensamento”, conta João, destacando que o objetivo central é dar à criança uma melhor leitura do mundo e fortalecer o conceito de si mesmo.
Atualmente, o Confraria está ocorrendo na escola Jornalista Demócrito Dummar, no bairro Canindezinho. Cerca de 100 crianças, de oito a 12 anos de idade, participam. O professor afirma que de uma a duas vezes por semana a escola realiza encontros com roda de conversa, debates e palestras. Ele esclarece que o projeto é destinado apenas aos alunos da própria escola, a participação também é livre e voluntária, não tem a finalidade de somar na nota curricular. O que importa é a troca de conteúdo entre si quando dividem o que aprenderam em cada nova história ou notícia.
Normalmente, pais, pessoas da comunidade, jornalistas, parlamentares e escritores são convidados a fazer parte para compartilhar experiências. “A gente tenta dar ao aluno uma leitura de mundo mais ampla”, afirma Teles.
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