Ceará tem excelente resultado na hotelaria
MARCELO CABRAL
Da Redação do jornal O Estado(CE)
Com
o fim das férias escolares e o Carnaval deste ano ocorrido em
fevereiro, a alta temporada de início de ano termina, mas com bons
resultados registrados pelo setor hoteleiro cearense, especialmente da
Capital. Isso porque, em média, no período de Réveillon foi registrada
uma taxa de ocupação de 91,43%, de acordo com um levantamento realizado
pela Associação Brasileira da indústria de Hotéis no Ceará (Abih-CE) e
durante todo o mês de janeiro este total ficou na casa de 86,05%. Já no
cômputo geral do mês de fevereiro, houve uma redução significativa, com
média de 66,82%, mas essa queda acabou sendo compensada pelo feriado
prolongado do Carnaval, que atingiu 90,68% este ano, contra 84,86% do
período momino do ano passado. E isso foi muito bem avaliado pelos
empresários do setor, uma vez que Fortaleza não tem tradição
carnavalesca, como acontece em Recife, Salvador e Rio de Janeiro,
cidades onde a Festa de Momo é a principal atração.
De
acordo com o presidente da Abih-CE, esse acréscimo de quase 6% na taxa
de ocupação da rede hoteleira cearense, nos dois primeiros meses de
2015, tendo em vista o momento conturbado pela qual atravessa o setor
econômico nacional. “Exatamente isso. A economia diminuiu, mas no
período Carnaval tivemos este upgrade na nossa ocupação, o que foi muito
bom. Fizemos, junto com operadoras como CVC, Visual e outras, pacotes
atrativos, baixando nossos preços para que os pacotes, juntando parte
aérea e hotelaria, então, as pessoas aproveitaram estes preços mais
baixos. E, no período do Carnaval, esta elevação ocorreu, também, porque
as pessoas que não viajaram em julho ou janeiro, aproveitaram para
viajar de férias, como não puderam fazer antes. E com esses preços
promocionais, obtivemos esta excelente taxa de ocupação”, disse Darlan
Leite.
Outro
motivo apontado pelo presidente da entidade foi o fato de que Fortaleza
vem, desde o ano passado, qualificando-se mais, com novos investimentos
em infraestrutura de mobilidade urbana, através de binários, viadutos,
instalação de ciclofaixas, estações com bicicletas, que acabam atraindo
mais visitantes. “Tudo isso é um delta X a mais para a estrutura da
cidade e as pessoas, ao decidirem se vão para Maceió ou Fortaleza, por
exemplo, vão analisar preços, infraestrutura da cidade e o entorno, como
Canoa Quebrada, Morro Branco, Cumbuco, Lagoinha, dentre outros
destinos, pois o grande argumento de venda nosso é esta natureza
maravilhosa do litoral cearense. Além de equipamentos como o Beach Park,
e em pesquisa feita por eles nos polos emissores, 70% das pessoas
afirmaram que um dos fatores decisivos é, exatamente, a visita ao Beach
Park”, lembrou Darlan.
Equipamentos
Ele
também demonstrou seu total apoio à construção do Acquario Ceará, assim
como outros representantes de entidades que trabalham com turismo e
eventos (veja matéria ao lado), pois trata-se de um equipamento de
primeiro mundo, belíssimo e capaz de fazer com que os turistas
permaneçam, ao menos, mais um dia em nossa Capital para poder visitá-la.
“Daí, a minha defesa inconteste não só do Acquario, mas qualquer
equipamento que venha para atrair ainda mais turistas para nossa cidade.
Afinal, Fortaleza é muito bem estruturada para a noite, com excelentes
restaurantes, boates, casas de show de humor. Mas precisamos aumentar o
número de dias das pessoas aqui, aumentar o número de equipamentos, como
o Acquario. Não é só o Acquario do governo do Estado, mas sim um grande
equipamento, assim como fez a iniciativa privada com o Beach Park. A
exemplo do Centro de Eventos do Ceará, que está aí, com grande sucesso.
Quantas pessoas foram contra o CEC, bateram. É preciso entender que não
pode bater em coisa boa, no futuro do Ceará. O maior absurdo do mundo é a
pessoa não gostar do governador Chico ou Antônio e, daí, tudo o que ele
fizer, ela ser contra. Não se pode mais olhar para o Ceará do passado,
da seca, do terreno rachado e o cearense de chapéu de palha e o rosto
marcado de rugas”, desabafou Darlan.
O
empresário lembrou também que, quando surge uma oportunidade do Ceará
sair desta visão simplória e minimalista, alguns fazem a crítica,
simplesmente pela crítica, sem uma análise mais aprofundada. Isso porque
a prosperidade do Ceará está intimamente ligada ao turismo, uma vez que
a estiagem atrapalha a criação de animais, o desenvolvimento da
agricultura e do nosso parque industrial. “O que Deus deixou de melhor
para nós é a imensa beleza do nosso litoral, o sol, pois este baixo
índice pluviométrico no Estado favorece o turismo. Temos de aproveitar o
que seria algo ruim, e tirar água de pedra, mostrando que temos uma
natureza maravilhosa, um povo hospitaleiro, mesmo não estando aculturado
suficientemente para receber a todos que nos visitam, principalmente
estrangeiros, mas existe uma vontade muito grande de bem receber. Então,
qualquer equipamento que venha estruturar o turismo, é benéfico para
nós. Precisamos acreditar no Ceará. Dizem que o Acquário é caro, mas
custará US$ 150 milhões, enquanto que o de Dubai custou US$ 20 bi e está
lá, atraindo milhares de turistas todos os anos”, acrescentou.
Para
completar seu raciocínio, o presidente da Abih-CE falou que é preciso
separar as questões políticas daquilo que é benéfico para o nosso
Estado, não se deve lutar contra o povo cearense, que às vezes não
enxerga a amplitude das coisas, pois ouvi alguns falando, na campanha do
ano passado, que a única obra hídrica do Ceará seria o Acquario. “Isso é
uma falácia. Foram feitas grande obras, como o Canal do Trabalhador, o
Castanhão, e tudo isso é infraestrutura. Aí dizem que o turista não vai
lá, mas se não tiver água para ele tomar o seu banho no hotel, encher a
piscina, ele nem vem para cá. Por isso brigo por qualquer estrutura que
venha para cá e, inclusive, pelo Acquario, que segundo a Secretaria de
Turismo deverá arrecadar RS 100 milhões por mês, movimentando diversos
outros setores da nossa economia”, finalizou Darlan Leite.
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