Justiça
e cidadania
No final do século
passado e no início do atual, foram implementados no Brasil dois programas que
merecem destaque especial: estabilização monetária(Plano Real) que reduziu a
inflação de 80,2%, em março de 1994, para cerca de 1,0% em julho do mesmo ano,
possibilitando eliminar um imposto perverso, principalmente, para as classes
mais carentes, bem como permitindo aos setores público e privado condições mais
adequadas de planejar e articular ações visando à melhoria de vida dos brasileiros;
o outro, inclusão social(Bolsa Família), absorvendo 0,5% do PIB, vem alcançando
25,0% da população (50 milhões de brasileiros) e, após dez anos, a pobreza
extrema passou de 9,5% para 4,2%. Todavia, nos últimos anos, em razão de
fatores externos e, notadamente, internos, com ênfase para o desajuste fiscal,
a situação vem se afigurando preocupante. O tripé básico de qualquer sociedade (Democracia,
Ética e Desenvolvimento) vem saindo de uma situação de equilíbrio estável para
uma de equilíbrio instável, como diz a lei da física. Problemas como
desigualdades (regionais, pessoais e setoriais), disputas inócuas, corrupção,
indefinições geopolíticas, atitudes corporativas e cartoriais, dúvidas de
impunidade, desemprego, redução do PIB e taxa de inflação crescente, deixam a
população angustiada e perplexa. É chegada a hora de que ações sinceras,
patrióticas e cívicas, compatíveis com o Estado Democrático de Direito, encontrem
o caminho da justiça, assim como do desenvolvimento político e socioeconômico.
Gonzaga Mota-
professor,escritor, ex-Governador do Ceará e meu amigo.
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